Patriarca do Libano alerta para a crise humanitária
O Patriarca Maronita do Líbano, Cardeal Nasrallah P.Sfeir, afirmou que a fase que
o Líbano está a atravessar é a "mais grave de sua história" e convidou as ordens religiosas
a "colocarem-se à disposição dos refugiados, evitando toda e qualquer discriminação
religiosa e comunitária". "Nós atravessamos muitas provações, mas esta é a mais
grave", assegurou. O Cardeal Sfeir recebeu uma delegação da Ordem Maronita Mariamita,
chefiada pelo Abade Seman Abou Abdo. Na ocasião, o Cardeal Sfeir convidou as ordens
religiosas a darem prova "de solidariedade" independentemente de toda e qualquer consideração
de pertença religiosa. O Patriarca reiterou o seu apelo em favor de um imediato
cessar-fogo, recordando que a Santa Sé tem repetido solicitações pelo fim das hostilidades.
Depois de ter sublinhado a possibilidade do estabelecimento de um corredor humanitário,
nos próximos dias, o Patriarca disse que aquilo de que o Líbano precisa é do "restabelecimento
de uma paz duradoura e estável, a fim de que se possa concretizar um Líbano democrático,
soberano e independente". A Igreja Maronita, de rito oriental, instalou-se nas
montanhas do Líbano a partir do século VII e está em comunhão com Roma desde o século
XII. Tem o seu próprio Patriarca, que utiliza no nome o do Apóstolo Pedro - actualmente
o Cardeal Nasrallah Pedro Sfeir. Ao longo dos séculos tem resistido a vários ataques,
estando ainda bem presente na memória a guerra civil que começou em Abril de 1975.
Pelo fim da ofensiva Uma reunião de líderes religiosos libaneses, cristãos
e muçulmanos, celebrada esta terça-feira na sede do Patriarcado Maronita de Bkerkeh
(norte de Beirute), exigiu que a comunidade internacional imponha um cessar-fogo imediato
da ofensiva israelita, iniciada a 12 de Julho, contra o Líbano. Além disso, prestou
uma homenagem ao Hezbollah xiita, cujos combatentes enfrentam as tropas israelitas
no Líbano. Os religiosos denunciaram as agressões, que chamaram de "crimes de guerra
contra os libaneses", num comunicado lido por Mohammad Sammaq, que preside ao Comité
de Diálogo Islâmico-Cristão. "Pedimos à comunidade internacional que imponha o
cessar imediato da ofensiva israelita", acrescenta o texto.