Melhorar a relação da Igreja com os Media, para mehorar o serviço a favor da paz
Os porta-vozes e responsáveis de imprensa das Comissões Episcopais da Europa consideram
que a Igreja deve melhorar “o nível de compreensão” com o mundo dos Media. Esta
é uma das principais conclusões do encontro que decorreu na Irlanda, no passado fim-de-semana,
juntando 34 participantes em representação de 29 países. A iniciativa foi promovida
pelo Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE). O Bispo Joseph Duffy,
da comissão das comunicações sociais do episcopado irlandês, convidou os presentes
a “aprofundar” as relações entre a Igreja e os Media, frisando que “um ponto de partida
poderia ser explorar meios para atingir um melhor nível de compreensão e tolerância”.
Segundo o comunicado do CCEE, agora divulgado, a informação sobre a Igreja Católica
“deve ser um forte instrumento ao serviço da paz, neste momento crucial da nossa história”.
Em cima da mesa esteve o tema da liberdade de imprensa e a sua relação com o respeito
pelas religiões. O presidente do Comité Episcopal Europeu para os Media, D. Peter
Henrici, lembrou que a liberdade de imprensa é um direito humano “social e político”,
pelo que no campo da ética, “a liberdade de imprensa deve regular-se, em primeiro
lugar, de acordo com os princípios da ética social”, bem como pelos princípios da
ética jornalística. “A aplicação destes princípios na esfera religiosa é particularmente
delicada e torna difícil o trabalho do comunicador. A religião tende, de facto, a
identificar não só a identidade individual, mas acima de tudo a identidade comunitária,
pelo que é um bem comum a ser protegido”, acrescentou. Outro dos temas em debate
foi a presença do Islão na Europa e os desafios que a mesma apresenta para a Igreja.
A informação sobre esta religião deve, segundo o CCEE, ser o mais correcta possível,
para favorecer “uma coexistência e colaboração pacíficas”. Os participantes alertaram
para o facto de quase todos os europeus terem uma opinião sobre o Islão, mas uma opinião
resultante de um conhecimento “extremamente limitado”.