Balanço da cimeira de Roma na entrevista à Radio Vaticano do arcebispo Giovanni Lajolo,
chefe da delegação da Santa Sé na conferência para o Libano.
O Secretário do Vaticano para as relações com os Estados, Arcebispo Giovanni Lajolo,
voltou a afirmar que a Santa Sé defende um “final imediato das hostilidades” no Médio
Oriente e admitiu que a opinião pública possa ter ficado “desiludida” com os resultados
da Cimeira de Roma, que ontem decorreu. A Santa Sé participou, com o estatuto de observador,
na reunião que terminou sem uma declaração-conjunta sobre um cessar-fogo no Médio
Oriente. O chefe da diplomacia vaticana referiu, em entrevista concedida á Radio
Vaticano que “os problemas na região são vastos e extremamente complexos”, pelo que
é preciso começar por resolver aqueles que o podem ser de imediato. Nesse sentido,
D. Lajolo defende que é preciso “criar condições para que a trégua não seja violada,
mais uma vez” e deixa claro que “essas condições podem e devem ser criadas com outros
meios, que não o assassinato de pessoas inocentes”. Apesar de admitir alguma “desilusão”
pelos resultados do encontro de ontem, o Secretário do Vaticano para as relações com
os Estados deixa um balanço “claramente positivo” da iniciativa, sublinhando a rapidez
com que foi realizada e o facto de se ter centrado “nos temas mais urgentes do momento”.
“As expectativas eram grandes, na opinião pública, mas para os que conhecem as dificuldades
pode falar-se, ainda assim, em resultados que são aprazíveis”, justifica. Entre
os pontos positivos enumerados pelo Arcebispo Lajolo encontram-se “o pedido de uma
força internacional, sob mandato da ONU, para apoiar as forças regulares libanesas
em matéria de segurança” e o compromisso em matéria de ajuda humanitária para o povo
do Líbano. Este responsável assegura que todos os participantes tinham “consciência
da gravidade” da situação e se comprometeram a “manter um contacto contínuo” após
o final da cimeira. Quanto à falta de um apelo conjunto para o cessar-fogo na
região, o representante do Vaticano explica que “não foi possível atingir a unanimidade
dos participantes, porque alguns países defendiam que esse apelo não surtiria o efeito
desejado”. O Arcebispo Lajolo referiu ainda que o Papa está próximo das populações
“vítimas de um conflito a que são alheias” e “reza para que a paz aconteça hoje mesmo
e não amanhã”. “Uma suspensão imediata das hostilidades é possível, portanto,
é uma obrigação”, concluiu.