2006-07-26 13:07:23

Santa Sé critica decisão da UE sobre investigação em embriões


O presidente da Academia Pontifícia para a Vida, Arcebispo Elio Sgreccia, criticou duramente a decisão da União Europeia de aprovar o financiamento de investigação científica com células estaminais embrionárias.
Negando apoios a projectos que prevejam a criação e destruição de embriões humanos para obtenção de células estaminais, o texto da presidência da UE deixou, ainda assim, caminho aberto para o financiamento das “fases sucessivas” a esta destruição – em linhas de células já existentes, que incluem células estaminais de embriões humanos. Os embriões não implantáveis que estejam congelados em centros de fecundação assistida também poderão ser utilizados em investigações financiadas pela UE.
Para o Arcebispo Sgreccia “a limitação do financiamento a projectos de investigação sobre células estaminais já existentes esconde um compromisso inaceitável para a Igreja”.
Este responsável disse à Rádio Vaticano não compreender que a UE afirme, por um lado, que o investigador está proibido de eliminar embriões humanos e que, por outro lado, financie projectos que recorrem a outras células estaminais embrionárias “obtidas por pessoas que destruíram embriões, produzindo linhas de células estaminais que foram colocadas à venda”.
O presidente da Academia Pontifícia para a Vida lembra ainda que muitos dos embriões congelados morrem ao serem descongelados. “Por isso, não se vê como se possa seguir por este caminho sem provocar a destruição de embriões”, conclui.
Também o jornal do Vaticano, L'Osservatore Romano, se pronuncia sobre esta matéria, criticando "o macábro resultado de uma má interpretação do significado do progresso".
A decisão do conselho extraordinário de ministros da Investigação, em Bruxelas, permitiu a aprovação do VII Programa-Quadro de Investigação da UE para 2007/13, com um orçamento total de 50,5 milhões de Euros. O financiamento não incluirá a criação de embriões apenas com fins de investigação ou para conseguir células estaminais, a clonagem humana com fins reprodutivos ou a investigação para modificar o património genético.
Este Programa-Quadro tinha sido votado no Parlamento Europeu, a 15 de Junho, passado. Na altura, a Comissão dos Episcopados da UE (COMECE) lembrava que as questões em causa levantam “problemas antropológicos e éticos fundamentais”.
“A dignidade humana não depende – nem deve depender – de decisões de outros seres humanos”, alertava a COMECE.








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