2006-07-26 12:17:48

Igrejas apelam ao voto no Congo


A hierarquia da Igreja Católica na RDCongo assinou, com representantes de outras confissões religiosas, um apelo à votação nas eleições de 30 de Julho. "Uma taxa de participação alta provará a adesão popular às escolhas operadas", diz o apelo, intitulado "Vamos ás eleições", subscrito por cristãos e muçulmanos do país.
No documento, a que a Lusa teve acesso, redigido após uma reunião na sede do Centro Inter-diocesano de Kinshasa, é ainda elogiado o papel da Comissão Eleitoral Independente (CEI), fortemente criticada nos últimos dias pela Conferência Episcopal da RDCongo e pelos padres da capital.
"Queremos, antes de mais, felicitar a CEI pelo trabalho efectuado em condições frequentemente difíceis para conduzir o nosso povo aos próximos escrutínios", refere o comunicado.
"Pedimos à CEI para intensificar durante esta semana crucial o seu serviço de comunicação para melhor informação da população congolesa para assegurar a credibilidade das eleições", refere ainda a nota da Plataforma de Confissões Religiosas.
O documento foi subscrito pela Igreja Católica, Igreja Ortodoxa, Igreja do Despertar do Congo, Igreja de Cristo no Congo, Igreja Independente do Congo, Comunidade Islâmica do Congo e Igreja Quibanguiste.
A Igreja Católica parece agora estar menos preocupado com o sucesso das eleições, depois de ter denunciado “irregularidades” na preparação das eleições no país, ameaçando não reconhecer a sua validade. Numa mensagem divulgada na semana passada, os Bispos destacavam não existirem ainda as condições para realizar eleições realmente “transparentes, livres e democráticas”, condenando, pelo contrário, alguns sinais que fazem aumentar o temor de “manipulações e fraudes”.
O documento - datado de 20 de Julho de 2006 e intitulado “O fim da transição na concórdia nacional” - pedia que “os protagonistas políticos e a comunidade internacional façam das próximas eleições uma hipótese real para a República Democrática do Congo”.
Depois de uma situação política caracterizada por duas guerras e por diversos conflitos armados, que causaram inúmeros mortos e um empobrecimento crescente, “o povo congolês aspira ardentemente à realização das eleições, via ordinária para a legitimidade do poder e para a instauração de um Estado de direito, promotor de paz, de justiça, de desenvolvimento integral e duradouro”, pode ler-se na Declaração dos Bispos.








All the contents on this site are copyrighted ©.