Num momento em que os olhos do mundo estão virados para o Líbano, a Igreja Católica
deixa um alerta para a situação na Faixa de Gaza: há milhares de pessoas sem alimentos,
água ou medicamentos, à beira de uma “catástrofe humanitária”. A Custódia Franciscana
da Terra Santa lançou uma campanha de solidariedade, aproveitando a presença da Ordem
“em todo o Médio Oriente”. Os religiosos fazem saber que estão próximos das populações
atingidas “através das paróquias, associações laicais e da rede assistencial da Custódia”.
Um outro apelo chegou da Cáritas Jerusalém, que dá voz ao pároco de Gaza, Pe.
Manuel Musallam: “Temos necessidade de água e comida, mas sobretudo de liberdade e
do fim da ocupação”. Na Faixa não há electricidade e começa a escassear o combustível.
Perante esta situação, a organização católica pede “um cessar-fogo imediato”,
bem como a abertura de “corredores humanitários” também em Gaza. As Igrejas cristãs
da Terra Santa publicaram na passada sexta-feira uma nota, na qual condenam a violência
que varre Gaza de uma forma “desproporcionada e sem justificação”. Ao rapto de um
soldado e o assassinato de um agricultor israelitas seguiu-se uma onda de violência,
em que Israel raptou 84 pessoas, incluindo 7 ministros do governo do Hamas e 21 membros
do Parlamento. O documento das Igrejas Cristãs lembra que 48 palestinianos foram mortos,
incluindo 9 crianças e uma mulher grávida. “Apoiamos com firmeza a luta contra
o terrorismo, mas lembramos também com firmeza que esta luta se inicia com a erradicação
das raízes da violência, que se encontram na privação da liberdade do povo palestiniano”,
apontam os líderes cristãos.