BISPO DEFENDE O DIREITO À VIDA DIGNA PARA EVITAR ÊXODO DE HONDURENHOS
Tegucigalpa, 25 jul (RV) - O bispo auxiliar de San Pedro Sula, Honduras, Dom
Rómulo Emiliani Sánchez, indicou que a emigração dos hondurenhos rumo aos Estados
Unidos ocorre porque "o povo perdeu seu direito de viver dignamente".
Numa
carta pastoral intitulada "Não vão embora, pois aqui há para todos!", datada de 19
de julho, o bispo claretiano, Dom Emiliani, precisa que muitos dos problemas dos hondurenhos
têm sua origem em "todo um sistema econômico, político e social, que secularmente
marginalizou milhões de pessoas, privadas de viver a alegria eqüitativa do bem comum,
e se consolidou como um tumor maligno, que está matando o bem-estar e a esperança
de nosso povo".
"A injustiça social é outra forma de violência, que rouba do
povo, seu direito de viver com dignidade, e que o condiciona a viver na extrema pobreza.
Como conseqüência disso, temos a apatia e o fatalismo de muitos, que se acostumaram
a viver em sua pobreza e não conseguem despertar os sentidos para sair de tal situação,
resignados a viver de maneira subumana" _ explica o bispo em sua carta pastoral.
Após
indicar que o povo deixa o país pelo "desespero de não ver alternativas nem um futuro
adequado", o bispo denuncia que "o ambiente de uma sociedade do primeiro mundo _ individualista,
competitiva e permissiva _ em muitos casos lhes apaga os valores espirituais e culturais
de seus lugares de origem".
Ao referir-se aos hondurenhos que emigram para
os Estados Unidos, Dom Emiliani aponta que eles "levam consigo a riqueza cultural
e espiritual da América Latina e do Caribe, enriquecendo a sociedade norte-americana
e a Igreja Católica com nova vitalidade, própria de nossos povos".
"Reconhecemos
também, que as remessas enviadas por essa geração de hondurenhos, está mantendo, em
parte, a economia de nosso país" _ acrescenta ele.
Para Dom Emiliani Sánchez,
é importante que o governo hondurenho invista mais no social, e recorda a necessidade
de aplicar a lei àqueles que "sonegam impostos, favorecem o contrabando e praticam
subornos em contratos públicos e privados". (MZ)