IGREJA NO MUNDO INTEIRO SE PREPARA PARA O DIA DE ORAÇÃO E PENITÊNCIA PELA PAZ NO ORIENTE
MÉDIO
Cidade do Vaticano, 21 jul (RV) - O Papa está preocupado com o rumo da situação
no Oriente Médio. De Vale d'Aosta, onde transcorre um período de repouso, Bento XVI
acompanha constantemente, os desdobramentos da crise israelense-libanesa e reza por
aqueles que sofrem.
"Orações" _ é o que o Santo Padre pede a todos os fiéis,
para alcançar aquela paz tão desejada pelos povos do Oriente Médio. Ontem, quinta-feira,
a Sala de Imprensa da Santa Sé anunciou que o Papa convocou, para este domingo, um
dia de oração e penitência. Diversas vezes, nos últimos dias, de fato, o Pontífice
voltara o pensamento para as populações que sofrem em conseqüência da guerra.
O
enviado do jornal italiano "L'Avvenire" a Les Combes, Salvatore Mazza, nos disse,
por telefone, que em reiteradas ocasiões, nos últimos dias, o Papa "manifestou ou
deixou transparecer sua preocupação com o situação no Oriente Médio, "convidando à
oração, quando encontrou os jornalistas ao retornar do mosteiro de Quart e, dias atrás,
quando, encontrando os mesmos jornalistas, de retorno do convento do Gran San Bernardo,
disse estar totalmente de acordo com o comunicado final do G-8, ao qual acrescentaria
a importância da oração" _ disse Mazza.
"A decisão de convocar esse dia de
oração _ segundo o enviado do "L'Avvenire" _ é uma espécie de corolário de todas essas
suas manifestações, tanto as não previstas quanto as previstas, como o apelo feito
no Angelus do último domingo."
A convocação, por parte do Santo Padre, de um
dia de oração pela paz no Oriente Médio foi acolhida com gratidão pelo povo libanês.
O
embaixador do Líbano junto à Santa Sé, Naji Abi Assi, disse que "se trata de uma declaração
extremamente importante". "Somos pessoas que acreditamos em Deus e na Sua bondade,
acreditamos na solidariedade humana praticada através de um caminho de oração, e consideramos
que é extremamente importante que a esperança consiga despertar as nossas consciências.
É necessário conseguir afrontar as questões que se apresentam não sempre de um ponto
de vista político ou desprovido de sentimentos, mas de um ponto de vista humano em
moral. Nós esperamos isso!"
"O governo libanês tem uma prioridade: instaurar
um cessar-fogo imediato, mesmo que seja somente um cessar-fogo humanitário, que permita
criar um corredor humanitário para socorrer a população sofredora e a fim de que as
vítimas possam receber o máximo de ajuda humanitária" _ disse ainda o embaixador.
"Felizmente, o sentido desses pedidos se encontra no comunicado publicado ontem, pela
Sala de Imprensa da Santa Sé, e corresponde às preocupações atuais da Santa Sé, cujo
valor nós apreciamos, imensamente."
A Igreja no Líbano também manifestou ao
Papa seus sentimentos de gratidão, por sua proximidade espiritual, nestes momentos
de sofrimentos para todo o povo libanês.
O Arcebispo de Jbeil, Byblos dos Maronitas,
Dom Béchara Raï, ouvido pela Rádio Vaticano, disse: "Nós somos realmente muito gratos
a Sua Santidade, por esse apelo e, especialmente, por este dia de oração e de penitência.
O nosso povo aqui não faz outra coisa a não ser esse caminho espiritual nas igrejas
e nos santuários."
No que diz respeito à situação da população civil, Dom Béchara
Raï acrescentou: "Em relação às cifras conhecidas, existe cerca de meio milhão de
refugiados. Agora estamos todos _ organizações humanitárias e paróquias _ voltados
a ajudar esses refugiados. Certamente, porém, teremos necessidade de ser ajudados
também pelas demais organizações internacionais. O primeiro-ministro já lançou um
apelo em favor de ajudas humanitárias. Infelizmente, neste momento, todas as estradas
estão bloqueadas e não se sabe como essas ajudas poderão chegar." (RL)