As Igrejas cristãs da Terra Santa publicaram hoje uma nota, na qual condenam a violência
que varre a região de uma foram “desproporcionada e sem justificação”. O documento,
assinado por 12 líderes religiosos, evoca o sofrimento de israelitas e palestinianos,
em especial o da população de Gaza, fortemente atingida. Ao rapto de um soldado
e o assassinato de um agricultor israelitas seguiu-se uma onda de violência, em que
Israel raptou 84 pessoas, incluindo 7 ministros do governo do Hamas e 21 membros do
Parlamento. O documento das Igrejas Cristãs lembra que 48 palestinianos foram mortos,
incluindo 9 crianças e uma mulher grávida. “Nós, líderes cristãos das Igrejas
de Jerusalém, dizemos hoje: isto que está a acontecer na nossa terra é contra a lei
e a razão. É nosso dever, como chefes religiosos, dizer isso mesmo às nossas autoridades:
é contra a lei e a razão que continuem a andar nos caminhos da morte”, refere o comunicado.
Os chefes cristãos condenam os raptos e os assassinatos, frisando que “todos os
seres humanos, israelitas ou palestinianos, têm a mesma dignidade e devem ser tratados
com equidade”. Reconhecendo “O direito de Israel à sua segurança”, o documento
lembra que “deve ser reconhecido, ao mesmo tempo, que o conflito entre israelitas
e palestinianos tem a sua raiz na privação da liberdade dos palestinianos”. “Apoiamos
com firmeza a luta contra o terrorismo, mas lembramos também com firmeza que esta
luta se inicia com a erradicação das raízes da violência, que se encontram na privação
da liberdade do povo palestiniano”, apontam os líderes cristãos. Em conclusão,
o comunicado pede a todas as autoridades que “mudem o seu modo de agir e decidam negociar,
com uma presença e uma pressão inflexíveis da comunidade internacional, para atingir
uma paz justa e definitiva”.