A tragédia do Libano; a comunidade internacional dá-se conta da urgência de um cessar-fogo.Diplomacia
entra em campo.
O Mundo parece determinado a assumir as próprias responsabilidades perante a tragédia
da luta entre Israel e o Hezbollah, que está deixar o Líbano num caos. Há mais de
500 mil refugiados e milhares de estrangeiros estão a entupir o Chipre, ao fugir das
bombas israelitas, que já causaram mais de 300 mortos.
Ontem, Kofi Annan, secretário-geral
da ONU, disse que "o uso excessivo de força deve ser condenado", numa alusão a Israel.
Ao falar perante o Conselho de Segurança (CS), salientou a urgência de cessar-fogo
para permitir o acesso da ajuda humanitária e da diplomacia. Apoiado nos dados da
missão que ontem regressou da região, concluiu que "as acções do Hezbollah mantêm
o Líbano refém".
A Rússia juntou-se ao coro de críticas. Aludindo ao "perigo
de uma catástrofe humanitária" no Líbano, Alexandre Saltanov apelou a "um cessar-fogo
urgente". Palavras apoiadas pelo vice-presidente da Síria, Farouk al-Chareh, na reunião
com este alto representante da política externa russa.
Em Nova Iorque, Kofi
Annan lançou os princípios básicos de uma solução diplomática: os soldados israelitas
raptados devem ser entregues às autoridades libanesas, sob os auspícios da Cruz Vermelha
Internacional, com o objectivo de repatriamento para Israel e do cessar-fogo; o lado
libanês da fronteira deve ser estabilizado com a ajuda de força multinacional, com
o governo libanês a comprometer-se na implementação da resolução 1559.
"Israel
confirmou que esta operação no Líbano tem um alcance mais vasto que a libertação dos
soldados, e que o objectivo é acabar com a ameaça do Hezbollah. A missão informou
que a operação não está ainda perto desse objectivo", disse Annan perante o CS.
Ontem
à noite Annan reuniu com Condoleezza, secretária de Estado norte-americana que confirmou
a viagem "à região", na próxima semana, e com Javier Solana. Antes do encontro, o
alto representante da diplomacia da UE revelou que "na próxima semana pode haver novidades"e
alargou a base da diplomacia. "Há países e grupos que têm responsabilidades. Se usarem
da influência que têm ajudarão.