NA ARGÉLIA A TORTURA NAS MÃOS DOS MILITARES CONTINUA
Londres, 17 jul (RV) - A Anistia Internacional _ organização de defesa dos
direitos humanos _ denuncia em seu site, que continuam, na Argélia, os atos de tortura
e maus-tratos contra pessoas suspeitas de ter informações sobre o terrorismo.
O
Departamento de Informação e Segurança (DRS), conhecido comumente como Segurança Militar,
é um serviço de inteligência pertencente às forças armadas e especializado na luta
antiterrorista, que age sempre em absoluto segredo.
O DRS prende, sistematicamente,
as pessoas suspeitas, levando-as para lugares secretos de detenção, sem que as famílias
dos detidos recebam nenhuma informação sobre o paradeiro dos mesmos, por meses. Enquanto
permanecem nas mãos do DRS, os detentos não têm nenhum contato com o mundo externo,
e há contínuas notícias de maus-tratos e de tortura.
Os encarregados do interrogatório
_ segundo alguns depoimentos _ insultam, cospem e dão chutes nos interrogados, sempre
que eles não fornecem as informações desejadas.
As declarações obtidas com
tais métodos são usadas depois nos tribunais, para conseguir, nos julgamentos, sentenças
condenatórias por delitos relacionados com o terrorismo, enquanto as denúncias de
tortura e outros maus-tratos perpetrados pelo DRS nunca são investigadas. E a maioria
das pessoas detidas não tem acesso a um advogado, na primeira vez que comparecem perante
um juiz.
Alguns dos métodos de tortura empregados são pauladas, descargas elétricas,
ingestão forçada de água suja, urina ou produtos químicos, e a suspensão dos detentos
no teto. (MZ)