Bispos portugueses defendem "herança" do Padre Américo
O Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) publicou hoje uma
Nota Pastoral em que defende o “modelo inédito de educação da juventude” do Padre
Américo, fundador da “Obra da Rua” (Casas do Gaiato). “Dificuldades surgidas em
algumas das nove ‘Casas do Gaiato’ e incidentes passageiros, a que a comunicação social
deu relevo, deixaram no horizonte interrogações sobre a ‘Obra da Rua’. Ao evocar agora
a figura heróica do Padre Américo, manda a justiça não permitir que algumas breves
nuvens obscureçam o brilho do sol, este sol que foi e desejamos continue a ser um
modelo inédito de educação da juventude”, pode ler-se no documento, divulgado pela
Agência ECCLESIA. A “Obra da Rua”, destinada a acolher e promover “rapazes desamparados”,
deve, segundo a CEP, sofrer “a evolução do tempo com a inevitável mudança de condições
e a desejável melhoria de métodos”. “Interessados em prosseguir este caminho, nas
naturais variantes que assumirá, pedimos aos cristãos que permaneçam fiéis no seu
carinho e na ajuda a esta jóia da Igreja no nosso país e em terras africanas”, acrescenta,
deixando uma palavra de apreço, gratidão e o propósito de ajuda aos “Padres da Rua”.
A Nota Pastoral assinala os cinquenta anos sobre a morte do Padre Américo Monteiro
de Aguiar, o “Padre Américo”, que se completam no próximo dia 16 de Julho. “O Padre
Américo ensinou-nos a acreditar na riqueza de valores que o próprio educando traz
em si, o tornam criativo e capaz de responsabilidade”, lembra a CEP, sublinhando “as
suas riquezas, validamente pedagógicas e profundamente cristãs”. Os Bispos concluem
a Nota dirigindo-se a todos os portugueses, “decerto preocupados com os actuais problemas
da educação e com o número porventura crescente de crianças em situação familiar de
risco e desamparo”. “Lembramos que a experiência pedagógica do Padre Américo continua
um manancial a integrar em formas adaptadas às instituições sociais mais recentes”,
apontam.