LHASA ESTÁ-SE TORNANDO UMA MODERNA CIDADE CHINESA ONDE CRESCE O DRAMA DA PROSTITUIÇÃO
Lhasa, 11 jul (RV) - Uma fotógrafa e um estudioso do Tibet inauguraram uma
mostra em Katmandu, que ressalta a mudança de comportamento dos chineses num dos lugares
onde havia maior veneração budista de todo o mundo.
A presença de chineses
no Tibet está arruinando a arquitetura típica da região, e fez crescer, de maneira
exponencial e perigosa, o mercado do sexo em um dos centros de peregrinação mais procurados
da cultura budista. É o que afirma um casal de estudiosos norte-americanos, em visita
à capital tibetana.
Sarah Schorr, fotógrafa, e seu marido, Cameron Warner,
estudioso do Tibet, inauguraram uma exposição fotográfica em Katmandu. As imagens,
segundo o casal, mostram o "mercado do sexo" e a desumanização das mulheres que freqüentam
o "Salão Rosa", de Lhasa.
O fotógrafo explica que, de fora o lugar parece um
cabeleireiro ou bar, mas não passa de um prostíbulo. Diz que, no começo, tinha medo
de entrar, mas depois se tornou uma experiência incrível. Elas se deixaram fotografar
e falar de suas vidas. Têm entre 15 e 35 anos, sem nenhuma instrução, entraram na
prostituição para melhorar suas condições financeiras. São de etnia chinesa e tibetana,
porém as tibetanas são consideradas de menos valor e cobram menos.
De acordo
com o casal, a principal responsabilidade por esse fenômeno tem sido o crescimento
econômico e o maior fluxo migratório no país. Alertam também, que Lhasa parece ter
perdido o caráter de cidade única no mundo e agora a capital do Tibet não passa de
um lugar qualquer. (GZ)