BENTO XVI CONCLUI O V ENCONTRO MUNDIAL DAS FAMÍLIAS ANUNCIANDO A SEDE DO PRÓXIMO
ENCONTRO: CIDADE DO MÉXICO, EM 2009
Valença, 09 jul (RV) - Bento XVI concluiu, na tarde de domingo, sua terceira
viagem apostólica internacional. O Papa veio até Valença, Espanha, para encerrar o
V Encontro Mundial das Famílias.
Poucas horas (26 ao todo) em terras valencianas,
mas densas de significado e de emoção. Desde os primeiros momentos, o Papa evidenciou
o motivo de sua viagem apostólica: recordar o valor insubstituível da família tradicional.
A Espanha é um dos quatro países do mundo onde a união entre pessoas do mesmo sexo
é legalizada.
Valença, terceira maior cidade espanhola, com cerca de 800 mil
habitantes, se preparou nos últimos três anos, para o grande evento convocado por
João Paulo II, em 2003. Três anos de preparação que culminaram nesta semana, com a
realização do Congresso Teológico Pastoral, e do Congresso das Crianças e dos Avós.
O objetivo dos mesmos foi dar novamente coragem e esperança às famílias cristãs,
pois são numerosas as famílias que devem, ainda hoje, afrontar uma cultura e um ambiente
que não lhes são muito favoráveis.
O tema do Congresso foi o mesmo do V Encontro
Mundial das Famílias: "A transmissão da fé na família".
Pudemos sentir, aqui
em Valença, que é imperativo que a Igreja evangelize as famílias, mas por outro lado,
é imperativo que as famílias se tornem também elas, evangelizadoras do mundo contemporâneo.
Um aspecto sublinhado pelos novos movimentos eclesiais.
Bento XVI veio a Valença
para evidenciar mais uma vez, o papel central que tem a família, fundada no matrimônio,
para a Igreja e a sociedade. Essa mensagem esteve na base das palavras de Bento XVI,
nos sete discursos que proferiu em terras valencianas. Uma mensagem que insiste no
fortalecimento da família como "esperança de futuro".
A viagem de Bento XVI
foi marcada também pela emoção do acidente no metrô de Valença, no último dia 3 de
julho, no qual perderam a vida 42 pessoas. O primeiro ato do Papa em terras espanholas
foi a oração diante da entrada da estação "Jesus", onde ocorreu o acidente, e onde
Papa depositou uma coroa de flores: um gesto de solidariedade e afeto para com a cidade
que acolheu as famílias do mundo inteiro.
Outro momento intenso e esperado
foi o encontro entre o Santo Padre e a família real espanhola, no qual o Rei Juan
Carlos I expressou a Bento XVI, o amor dos espanhóis pelo Papa e a longa tradição
católica do país.
Outro encontro que chamou a atenção, por causa da delicada
situação nas relações entre Estado e Igreja neste país, foi com o chefe do Governo
espanhol, José Luís Rodríguez Zapatero, que decidiu não participar da santa missa
no domingo, na conclusão do V Encontro Mundial das Famílias.
As relações entre
a Espanha e a Santa Sé se encontram hoje numa fase mais calma, após a forte tensão
provocada pela lei que regulamentou a união entre pessoas do mesmo sexo, e a atribuição
de um papel secundário ao ensino da religião católica nas escolas, promovida com a
chegada dos socialistas ao poder, em março de 2004. No encontro com Zapatero o Papa
reafirmou: "Colaboremos. Esperamos conseguir encontrar uma solução justa."
No
domingo de manhã, o ato conclusivo, com a santa missa de encerramento do V Encontro
Mundial das Famílias, ocasião em que Bento XVI voltou a evidenciar que a "Igreja ensina
a respeitar a maravilhosa realidade do matrimônio indissolúvel entre um homem e uma
mulher que é, além do mais, a origem da família".
No final da missa, o Santo
Padre foi longamente aplaudido, quando convocou as famílias do mundo inteiro, para
um novo encontro, desta vez na América Latina, em Cidade do México, em 2009. Um caminho
que já começou no dia de ontem. (De Valença, Silvonei José)