A Cáritas de Jerusalém denunciou que a situação em Gaza está “no limite”, alertando
para a possibilidade de uma tragédia humanitária na região. “As casas não têm
luz nem água, a principal central eléctrica foi danificada pelas bombas israelitas
e quem sofre as principais consequências sãos os idosos, as crianças e os recém-nascidos”,
refere um comunicado da organização humanitária católica, divulgado pela agência SIR.
O documento revela que em Gaza há “mulheres anémicas e crianças desnutridas”, faltando
“leite, queijo, carne e tudo o que precisa de conservação no frigorífico”. Segundo
a Cáritas, o principal Hospital de Gaza, Al Shifa, apenas opera graças a um gerador,
mas a situação não é sustentável por muito mais tempo. A agravar a situação, a falta
de combustível impede os transportes. A Cáritas alerta, sobretudo, para os efeitos
das ofensivas terrestres dos israelitas. “Os feridos e os doentes não podem ser transportados,
os médicos e as ambulâncias não podem circular”, assegura o comunicado. O pároco
do mosteiro latino de Gaza, Pe. Manuel Musallam, refere à agência informativa da Igreja
italiana que se está “perante um sofrimento inacreditável”. “As pessoas têm fome,
sede, não há electricidade nem água potável e estamos a sofrer bombardeamentos constantes”,
relata. O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, pediu a israelitas e palestinianos
que façam tudo para "evitar o pior", classificando de "perigosa" e potencialmente
"explosiva" a situação no Médio Oriente. O Conselho dos Direitos Humanos da ONU
aprovou uma resolução que condena Israel pela falta de condições humanitárias dos
palestinianos. Com esta resolução, aprovada por maioria, é dada luz verde para que
uma representação da ONU se desloque ao local para elaborar um relatório da situação
existente.