2006-07-08 13:33:03

Bento XVI reza pelas vitimas do acidente no Metro de Valencia, e recorda aos bispos espanhóis que o mundo necessita que se anuncie e testemunhe Deus que é amor


Bento XVI foi recebido neste sábado em Valência com grande entusiasmo por milhares de valencianos e peregrinos de todas as partes do mundo, que ali se encontram para o encerramento do V Encontro Mundial das Famílias. A cidade vestiu-se de branco e amarelo para receber o Santo Padre que chegou por volta das 11h30 da manhã, hora local, no aeroporto Internacional de Valencia – Manises. O Santo Padre foi recebido no aeroporto pelo Rei de Espanha, Juan Carlos de Borbón, pelas autoridades locais civis, militares e religiosas. Depois do discurso do Rei e das primeiras palavras em terras valencianas, o Papa, modificando o itinerário do seu programa, fez uma breve paragem na estação do metro Jesus, local do terrível acidente ocorrido na última segunda-feira, e que causou a morte de 42 pessoas e ferimentos em outras 40. Um acidente que abalou a cidade de Valencia e os participantes do V Encontro Mundial das Famílias. O Santo Padre quis que o seu primeiro acto fosse a oração pela vítimas do acidente. O Papa também fez uma saudação aos parentes das vítimas quando da sua visita à Basílica de Nossa Senhora dos Desamparados. A Comissão de animação do V Encontro Mundial das Famílias convocou todos os valencianos e peregrinos presentes na cidade para que fizessem parte da grande corrente humana de 11 Km, que abraçou todo o percurso que fez Bento XVI, desde a sua chegada ao aeroporto de Valenciaa até á Catedral da cidade, onde o Papa se encontrou com os sacerdotes, religiosos e religiosas e irmãs de clausura, cerca de 1.500 pessoas. O Papa esteve acompanhado pelo arcebispo de Valencia, Dom Agustin Garcia-Gasco. Bento VI foi recebido ao som do canto “Benedictus” executado pelo coral da catedral. O Santo Padre venerou o Santíssimo e visitou a capela do Santo Cálice, onde estavam reunidos os bispos espanhóis, cerca de 100. Diz a tradição que o Santo Cálice conservado na catedral de Valencia é o mesmo cálice que Jesus utilizou na última ceia para a instituição do Sacramento da Eucaristia. O Papa assinou o livro de Honra, que recorda a sua visita e a carta autografa endereçada a todos os bispos espanhóis; carta que entregou ao Presidente da Conferência Episcopal, Dom Ricardo Blasquez, bispo de Bilbao. Em seguida o Papa deixou a catedral e se dirigindo-se para a capela de Nossa Senhora dos Desamparado que se encontra a 50 metros de distância, padroeira da cidade. Depois de alguns momentos de oração o Papa saiu pela porta central da Basílica e na Praça da Virgem, recitou a oração do Angelus.

Foi com palavras simples e afectuosas que Bento XVI exprimiu as suas saudações, à chegada a Valência, incluindo desde logo uma referência às vítimas do trágico acidente do metro valenciano, segunda-feira passada, assegurando a sua participação na dor de todas as famílias enlutadas.
E recordou o motivo da sua visita: participar no Encontro Mundial das Famílias, que tem desta vez como tema “A transmissão da fé na família”.
“Desejo propor o papel central que tem, para a Igreja e para a sociedade, a família fundamentada no matrimónio. É uma instituição insubstituível, segundo os planos de Deus, e cujo valor fundamental a Igreja não pode deixar de anunciar e promover, para que seja sempre vivido com sentido de responsabilidade e alegria”.
O Rei Juan Carlos, por seu lado, manifestou “honra e satisfação” por receber Bento XVI na sua primeira visita a Espanha como Papa. Lembrando os laços seculares que ligam o país e a Igreja Católica, o Rei prestou homenagem particular às figuras de João Paulo II e de S. Francisco Xavier, cujo 5º centenário se assinala, “exemplo de firmes convicções”.

A deslocação do Papa à catedral de Valência, incluiu, como já dissemos, uma visita à “Capela do Santo Cálice”, onde se encontravam congregados os bispos espanhóis. Bento XVI assinou ali a Carta que lhes quis dirigir, e que entregou simbolicamente ao presidente da Conferência Episcopal.

Nessa mensagem o Papa assegura acompanhar “de perto, com muito interesse, os acontecimentos da Igreja” em Espanha, de profundas raízes cristãs e que tão grande aportação deu e continua a dar ao testemunha da fé e à sua difusão em muitas outras partes do mundo”. Bento XVI pediu aos prelados que mantenham “vivo e vigoroso este espírito que acompanhou a vida dos espanhóis na sua história, para que continue a alimentar e dar vitalidade à alma do vosso povo”.
Na sua carta ao episcopado espanhol, o papa referiu com apreço o dinamismo impresso à acção pastoral, “num tempo de rápida secularização, que por vezes afecta a própria vida interna das comunidades cristãs”. “Continuai (exortou o Papa) a proclamar sem desânimo que prescindir de Deus, actuar como se Ele não existisse ou relegar a fé no âmbito meramente privado, mina a verdade do homem e hipoteca o futuro da cultura e da sociedade. Pelo contrário, dirigir o olhar ao Deus vivo, penhor da nossa liberdade e da verdade, é uma premissa para chegar a uma humanidade nova. De modo especial hoje em dia – recorda o Papa na sua mensagem aos bispos espanhóis – o mundo necessita que se anuncie e se testemunhe Deus que é amor e, portanto, a única luz que , no fundo, ilumina a obscuridade do mundo e nos dá a força para viver e actuar”.
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Foi depois da visita à catedral, por volta das 13.30, que Bento XVI se dirigiu a um numeroso grupo de seminaristas espanhóis, congregados, juntamente com as respectivas famílias, no adro da sé valenciana. O Papa recordou-lhe que é “o amor – entrega e fidelidade dos pais, assim como a concórdia na família – o ambiente propício para escutar a chamada divina e acolher o dom da vocação”. E o Santo Padre concluiu, antes da recitação do Angelus, convidando os seminaristas espanhóis a aprenderem da Virgem Maria como se acolhe sem reservas – com alegria e generosidade - esta
chamada”.

Depois do almoço, no Palácio Episcopal, o Papa manterá um encontro com a família real no Palácio Generalitat, e de retorno à Palácio Episcopal encontrará o chefe de governo da Espanha, José Luís Rodriguez Zapatero.
Às 21h o Papa transferir- se- á para a Cidade das Artes e das Ciências para a conclusão festiva do V Congresso Mundial das Famílias. A noite terminará com uma festa de fogos de artifício que iluminará os céus de Valencia, nesta semana, capital mundial da família. E neste domingo a missa conclusiva às 9h30 da manhã, com a participação prevista de um milhão de pessoas.
(Os nossos ouvintes do continente africano poderão seguir esta celebração em reportagem directa, com comentários em francês nas frequências de 13.765 e 15.570 kHz e em português na frequência de 17.590 khZ.








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