2006-07-07 19:00:22

ARCEBISPO EM UGANDA DECLARA QUE ANISTIA PODE SERVIR À PAZ


Gulu, 96 jul (RV) - "O Presidente Yoweri Museveni, no passado, sempre rejeitou a anistia para todos os rebeldes, proposta pela sociedade civil e pela Igreja no norte de Uganda: agora mudou de idéia, e creio que isso possa servir para promover o processo de paz.": foi o que declarou à agência missionária de notícias _ MISNA _ o Arcebispo de Gulu, norte de Uganda, Dom John Baptist Odama, depois da oferta do Presidente do país, de conceder anistia total a Joseph Kony, chefe dos rebeldes do Exército de Resistência do Senhor (ERS), no caso de um acordo de paz.

Joseph Kony, junto com outros comandantes, é procurado pela Corte Penal Internacional de Haia, que pede suas prisões por crimes de guerra e contra a humanidade. No último final de semana, deveriam se iniciar as negociações de paz em Juba, sul do Sudão, com a mediação do governo local.

O Arcebispo de Gulu, há anos empenhado na luta em favor da paz no norte de Uganda, declarou que "a Corte Internacional de Haia e o Presidente ugandense estão em posições opostas: enquanto o representante da Corte Penal de Haia confirmou que os governos de Uganda, Sudão e República Democrática do Congo assinaram o acordo de Roma, onde se obrigam a cumprir os mandatos de prisão contra os líderes rebeldes, o Presidente Museveni excluiu a transferência do chefe rebelde, Joseph Kony, à Corte Penal de Haia, caso ele se entregue espontaneamente às autoridades ugandenses."

A Corte Penal internacional não dispõe de uma força policial e, portanto, deve confiar nas polícias dos Estados-membros. Além disso, as vítimas de 20 anos de rebelião do Exército de Resistência do Senhor pedem justiça.

O Arcebispo de Gulu observou que não é fácil gerir, nesta fase, a questão da justiça e da impunidade: "Eu ficaria contente se a oferta da anistia de Museveni servisse para motivar as negociações de paz"_ afirmou.

Ele acrescentou que "as pessoas que há muitos anos vivem nos campos de refugiados para escapar da fúria dos rebeldes, foram muito maltratadas e agora aguardam o fim da guerra". "É fundamental _ sublinhou _ encontrar uma solução, o mais rápido possível, para desmantelar esses acampamentos e fazer retornar a paz a Uganda, ao sul do Sudão e ao leste da República Democrática do Congo. (JK)







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