“Todo o homem, qualquer que seja o povo a que pertença, é irmão” – advertiu Bento
XVI, domingo ao meio-dia, evocando a dramática situação no Iraque e na Terra Santa.
O Papa exortou à oração e a um empenho sério e credível a favor da paz.
O Papa referiu-se também ao encontro de líderes religiosos que vai ter
lugar nos próximos dias em Moscovo enviando uma saudação ao patriarca Aléxis II e
a todos os participantes. A alocução antes das Ave-Marias dedicou-a Bento XVI
ao V Encontro Mundial das Familias, em Valência O Papa recordou os anteriores Encontros:
Roma (1994, Ano Internacional da Família promovido pela ONU; Rio de Janeiro (1997);
Roma (2000, Jubileu das Famílias); Manila (2004). Tema do encontro de Valência
– recordou – é a transmissão da fé em família, ao qual corresponde o lema da sua
visita apostólica àquela Cidade: “Família, vive e transmite a fé!” “Em tantas
comunidades hoje em dia secularizadas (observou), para os crentes em Cristo a primeira
urgência é precisamente a de renovar a fé dos adultos, para sejam capazes de a comunicar
às novas gerações”. “A família é um organismo vivo, no qual se realiza uma recíproca
circulação de dons. O importante é que nunca falte a Palavra de Deus, que mantém viva
a chama da fé”.
Foi depois da recitação das Ave-Marias que Bento XVI referiu
a “crescente preocupação” com que se segue os acontecimentos no Iraque e na Terra
Santa: "Perante, por um lado, a violência cega que opera atrozes chacinas e, por outro
lado, a ameaça do agravamento da crise, cada vez mais dramática, há necessidade de
justiça e de empenho sério e credível a favor da paz. E é isso que infelizmente não
se vê. Convido por isso todos a unirem-se em oração confiante e perseverante: que
o Senhor ilumine os corações e que ninguém se exima ao dever de construir uma convivência
pacifica, no reconhecimento de que cada homem - qualquer que seja o povo a que pertence
- é irmão”. A “importante” Cimeira de líderes religiosos, organizada pelo Conselho
Inter-religioso da Rússia, em Moscovo, de 3 a 5 do corrente, na qual toma parte uma
delegação da Igreja Católica, foi também evocada por Bento XV: “A significativa
reunião de tantos expoentes das religiões do mundo manifesta o comum desejo de promover
o diálogo entre as civilizações e a busca de uma ordem mundial mais justa e pacífica.
Faço votos de que, graças ao sincero empenho de todos, se possam encontrar âmbitos
de colaboração concreta, no respeito e na compreensão recíproca, para enfrentar os
desafios actuais.”