2006-06-28 13:08:23

A relação inseparável entre cristianismo e judaismo, na catequese da Audiência geral desta quarta feira dedicada ao Apóstolo Tiago o Menor.
O Papa recomendou experiências sociais e religiosas para as férias.


A catequese da audiência geral desta quarta feira foi dedicada à figura do Apóstolo Tiago, menor, autor de uma das cartas do Novo Testamento. Nela, lembrou Bento XVI, os fiéis são convidados a “não reduzir a fé a uma pura declaração verbal ou abstracta, mas a exprimi-la concretamente em obras de bem”. Este Apóstolo foi fundamental, na comunidade primitiva, para ajudar a “integrar a dimensão judaica originária do Cristianismo com a exigência de não impor aos pagãos convertidos a obrigação de se submeterem a todas as normas da lei de Moisés”.
Falando da figura de Tiago Menor,Bento XVI recordou como o acto mais relevante deste apostolo foi a intervenção na questão da relação difícil entre os cristãos de origem judaica e os cristão de origem pagã, reconhecendo assim a relação inseparável entre cristianismo e judaísmo.Juntamente com o Apostolo Pedro contribuiu para superar, ou melhor, integrar a original dimensão judaica do cristianismo com a exigência de não impor aos pagãos convertidos, a obrigação de estar submetido a todas as normas da lei de Moisés.
A solução de compromisso proposta por Tiago a aceite pelos apóstolos foi que aos pagãos que tivessem acreditado em Jesus Cristo se devia pedir apenas a abstenção do uso idolátrico de comer a carne dos animais oferecidos em sacrifício aos deuses, e da impudicícia , palavra que provavelmente aludia ás uniões matrimoniais que não eram permitidas.
Desta maneira - salientou ainda Bento XVI – conseguiram-se dois resultados significativos e complementares, ambos válidos ainda hoje: dum lado, reconheceu-se a relação inseparável que liga o cristianismo á religião judaica como á sua matriz perenemente viva e válida; do outro, concedeu-se aos cristãos de origem pagã, conservar a própria identidade sociológica.
Substancialmente - concluiu o Papa – iniciava-se uma praxe de estima e respeito recíproco, que não obstante as lamentáveis incompreensões posteriores, tinha como objectivo salvaguardar tudo aquilo que era característico de cada uma das duas partes.

No final da sua catequese Bento XVI saudou os numerosos grupos de peregrinos presentes na Praça de S. Pedro. Esta a sua saudação em português: RealAudioMP3

Amados Irmãos e Irmãs:
Nossa Catequese de hoje discorreu sobre a figura do Apóstolo São Tiago o Menor, a quem se atribui a Carta que leva o seu nome, a primeira das Epístolas Católicas. São Tiago empenhou-se na difícil conciliação entre os cristãos de origem judaica e os provindos do paganismo. Dele é a frase: “a fé sem obras é morta” (Tg 2,26). Ele nos exorta a abandonar-nos nas mãos de Deus, pronunciando sempre aquelas palavras: “Se Deus quiser” (Tg 4,15).
A todos peregrinos de língua portuguesa saúdo com votos de felicidades, especialmente os grupos de portugueses aqui presentes, e o numeroso grupo de brasileiros. Que Deus vos abençoe e vos proteja!

Bento XVI voltou hoje a deixar alguns conselhos para o período de Verão, “tempo de férias e de repouso”. Aos cerca de 25 mil peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, o Papa deixou o desafio de aproveitar este tempo para “experiências sociais e religiosas úteis”.
No final da audiência geral, ficou ainda um pensamento para os doentes, para que “não falte, também neste período estival, a vizinhança dos familiares”.
Nesta audiência, o Papa benzeu a tocha que viajará de Roma até Arcole (Verona), na III “Estafeta da Vida”, uma organização do Hospital pediátrico “Bambino Gesù” de Roma, para sensibilizar a população para a doação de sangue, órgãos e medula óssea. 







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