EVO MORALES ASSEGURA QUE MANTERÁ O ENSINO RELIGIOSO NAS ESCOLAS

La Paz, 26 jun (RV) - Em resposta às recentes manifestações populares, o Presidente da Bolívia, Evo Morales, assegurou que não suprimirá o ensino da religião nas escolas do país.

"Quero lhes dizer que sou católico e também respeito muito a religião autóctone" _ afirmou Morales. Para o Chefe de Estado boliviano, ambas as crenças conviveram historicamente, por isso não há intenção do governo, de eliminar a religião como matéria do currículo escolar.

Segundo o Ministro da Educação, Félix Patzi, a substituição da matéria de religião pela ética era uma idéia que não foi adiante. Ele afirmou ainda, que o Congresso da Educação proporá que o ensino da fé seja opcional em cada estabelecimento.

No dia 3 de maio passado, o Episcopado boliviano enviou um documento a Morales, no qual se estabelece que "a doutrina católica favorece, sem reticências, a liberdade religiosa, entendida como direito de viver a própria fé e em conformidade com a dignidade da própria pessoa".

O Presidente Morales referiu-se à Declaração Universal dos Direitos Humanos, enfatizando que "a pessoa humana tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião, assim como a manifestar sua religião ou crença individual ou coletivamente".

As declarações de Evo Morales vêm a público depois de que se verificaram manifestações sociais, organizadas em diferentes localidades do país, diante das declarações de alguns políticos que haviam anunciado a intenção de suprimir a aula de religião.

Em sua mensagem semanal aos fiéis, o Arcebispo de Cochabamba, Dom Tito Solari, defendeu os motivos que levaram muitas famílias a se manifestar contra a supressão do ensino da religião: "É justo que os pais de família expressem publicamente sua preocupação" _ afirmou Dom Solari. "Que exijam o direito de escolher a escola considerada apropriada, para que seus filhos tenham uma esperança religiosa, correspondente à religião que se prega e que se vive na casa."

"Creio sinceramente _ concluiu Dom Solari _ que, se uma pessoa não tem um sentido religioso, não poderá sustentar-se moralmente, não terá uma capacidade moral frente aos desafios e problemas da vida." (JP)