BENTO XVI CONGRATULA-SE COM PRESIDENTE DAS FILIPINAS PELA ABOLIÇÃO DA PENA DE MORTE
NO PAÍS
Cidade do Vaticano, 26 jun (RV) - Bento XVI recebeu em audiência, esta manhã,
a Presidente das Filipinas, Gloria Macapagal Arroyo, acompanhada de seu marido e uma
pequena comitiva de seu governo.
A recente decisão de abolir a pena de morte,
o compromisso social em favor dos mais pobres e as perspectivas de paz que passam
pelo diálogo com os muçulmanos foram os temas que polarizaram o encontro.
O
Santo Padre congratulou-se com a Chefe de Estado, por sua decisão de abolir definitivamente,
da legislação do país, o recurso à pena capital. As Filipinas entram assim, a pleno
título, para o grupo de nações que decidiu abolir a pena de morte. Mas ainda existem
54 Estados, em todo o mundo, que adotam essa terrível medida punitiva.
Durante
o colóquio, falou-se sobre as "favoráveis perspectivas de diálogo com a população
muçulmana" das Filipinas e sobre a "esperança de uma pacificação nacional".
A
Presidente filipina _ afirma o comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé _ "observou
que os valores cristãos nos quais se reconhece a maioria dos filipinos, encontram
expressão e apoio também na legislação do Estado".
Ao término do encontro com
o Santo Padre, Gloria Macapagal Arroyo presenteou o Papa com o texto da nova lei,
que elimina a pena de morte, juntamente com uma imagem de Nossa Senhora da Guia, que
reproduz a primeira imagem de Nossa Senhora levada pelos espanhóis às Filipinas, em
1571.
Antes de deixar o Vaticano, Glória Macapagal Arroyo se deteve com o Cardeal
Secretário de Estado, Angelo Sodano. A seguir, desceu à Cripta Vaticana, para rezar
por alguns instantes diante do túmulo de João Paulo II.
As Filipinas constituem
a maior "casa" dos católicos no continente asiático, berço de antiqüíssimas religiões.
Numa população de mais de 82 milhões de habitantes, os católicos são 66 milhões e,
para além das habituais ondas de violência desencadeadas pelo terrorismo islâmico,
a convivência com os muçulmanos é geralmente vivida com distensão. O diálogo entre
Cristianismo e Islamismo é, desde sempre, uma das prioridades do Episcopado filipino.
Recentemente,
os prelados locais endereçaram uma carta pastoral aos fiéis, na qual convidam também
as instituições à moralização do país contra a corrupção, e ao compromisso com a correção
das finanças e a luta contra a pobreza. (RL)