Santa Sé exige moratória sobre as bombas de fragmentação
A Santa Sé exige que a comunidade internacional se comprometa na luta contra a utilização
de armas com efeitos indiscriminados e pediu mesmo “uma moratória sobre a utilização
de bombas de fragmentação” até que se obtenha um acordo sobre esta questão. A
posição católica foi apresentada pelo observador permanente da Santa Sé junto dos
serviços especializados da ONU em Genebra, Arcebispo Silvano Maria Tomasi, durante
a Convenção sobre a proibição ou restrição do uso de armas convencionais com efeitos
indiscriminados, que se concluiu esta sexta feira na cidade suíça. As bombas
de fragmentação contêm um dispositivo que espalha um grande número de pequenas bombas.
Estas munições podem causar danos ao longo de vários meses ou anos. “O desastroso
impacto humanitário das bombas de fragmentação já precisa de ser demonstrado. Após
60 anos de utilização, as suas consequências são mais que visíveis”, alertou o Arcebispo
Tomasi. “As vítimas são milhares, as regiões afectadas ficam interditas durante
anos após o final dos conflitos”, lembrou. O observador da Santa Sé considera
que a comunidade internacional não se pode continuar a comportar como se o problema
não existisse, porque “as vítimas actuais e potenciais não podem esperar”. Nesse
sentido, a Santa Sé manifestou a sua disponibilidade para trabalhar em conjunto com
a ONU e com as ONG’s em favor das vítimas destas armas. “O objectivo último deveria
ser a adopção de um instrumento juridicamente vinculante, que coloque um ponto final
numa situação humanamente indefensável”, defendeu o Arcebispo Tomasi.