As convulsões internas em Timor-Leste tem “características muito complexas” mas Portugal
“deve continuar a apoiar este país irmão que vimos nascer” – confessou à Agência ECCLESIA
o Pe. Vítor Melícias, sacerdote franciscano e antigo comissário para o Apoio à Transição
em Timor Leste. Para que esta situação seja ultrapassada, o Pe. Vítor Melícias apela
ao “diálogo e ao encontro efectivo entre os interesses reais do povo e os seus porta-vozes
e os porta-vozes da «máquina do Estado»”. Timor Leste tem pessoas com capacidade
“suficiente para poderem fazer a ponte” mas o clima “é particularmente difícil”. Actualmente
fala-se que existem naquele território cerca de 100 mil refugiados. As condições de
paz formal exterior “estão mais ou menos garantidas com a presença de Forças de Segurança
Externas” – referiu o antigo comissário. O povo ansiava e continua a ansiar pela democracia
só que é preciso saber conjugar e dar tempo ao tempo para que as democracia formal
de tipo ocidental que está consagrada na Constituição e a “democracia real possam
encontrar-se”. O momento é tão delicado que se “os apoios se ausentarem as coisas
podem piorar” – revela o Pe. Vítor Melícias. A questão do petróleo está ser “instrumentalizada
ao serviço de alguns interesses mesmo até por alguns países vizinhos, pelo menos a
aparência é essa”. A Igreja tem assumido papel fundamental e de “grande isenção”.
E adianta: “a igreja não deve intervir como organismo de caracter político nem fazer
intervenções de política directa”. O povo vê a Igreja como um “porto de abrigo” porque
“tem confiança nos seus responsáveis”.