A intervenção do Arcebispo Giovanni Lajolo,na primeira sessão do novo Conselho dos
Direitos do Homem da ONU, denuncia que membros do Conselho violam direitos do homem
Até mesmo nas nações que fazem parte do recém nascido Conselho dos Direitos do homem
se violam direitos fundamentais. A pronunciar-se desta vez foi o secretário do Vaticano
para as relações com os estados o arcebispo Giovanni Lajolo, intervindo em Genebra
na primeira sessão daquele organismo internacional. Sem nunca citar abertamente a
China, Cuba, Arábia Saudita, Argélia, Paquistão ou Rússia, todos países membros que
vestem a camisola negra dos direitos humanos. O arcebispo Lajolo usou palavras muito
severas para descrever o estado actual das coisas salientando que as violações se
verificam em numerosos países, e infelizmente , também entre alguns membros do novo
conselho. Quanto ao tema da liberdade religiosa, salientou que este é um direito que
toca a própria existência humana, caso contrário o homem transforma-se numa simples
engrenagem de um projecto de organização social. A liberdade religiosa é um valor
para todos. A visão panorâmica do mundo - disse o arcebispo Lajolo - mostra que
a situação dos direitos humanos é preocupante. Se se consideram o conjunto dos direitos
enunciados na Declaração universal dos Direitos do homem e nos tratados internacionais,
que dizem respeito aos direitos económicos, sociais e culturais, não existe um único
direito que não seja violado nos países, infelizmente também naqueles que compõem
o novo Conselho. Existem governos - explicou o arcebispo Lajolo – que continuam
a pensar que é o poder que determina em ultima análise, o conteúdos dos direitos humanos,
autorizando por conseguinte, o uso de praticas aberrantes, como a imposição do controlo
de nascimentos, negar em certas circunstancias o direito á vida, pretender controlar
as consciência dos cidadãos e o acesso á informação, negar o acesso a um processo
judicial publico e ao direito a ter uma defesa, reprimir os dissidentes políticos,
limitar indistintamente a imigração, permitir aos trabalhadores trabalhar em condições
degradantes, verificar a discriminação feminina, restringir o direito de associação.
E estes são apenas alguns exemplos de direitos espezinhados.