Relatório da Caritas europeia sobre a pobreza no continente: denunciada a ligação
entre pobreza e imigração na Europa
A Cáritas Europa, que congrega 48 organizações do Velho Continente, lança hoje em
Bruxelas um estudo que revela um quadro negro para os mais de 56 milhões de migrantes
que vivem na Europa, em particular os que se encontram em situação irregular. O
terceiro relatório da Cáritas europeia sobre a pobreza no nosso continente lança um
olhar atento sobre a situação de imigração, sublinhando que “o plano de migração pode,
rapidamente, tornar-se numa experiência de privação, levando muitas vezes à pobreza”.
O estudo mostra que os grupos de risco são, sobretudo, os migrantes em situação
irregular e os requerentes de asilo. “É claro que as políticas governamentais estão
destinadas a impedir estes dois grupos de assentarem, tornando as condições de regularização
o mais difícil possível”, denuncia a organização humanitária católica. Para a
Cáritas, os imigrantes enfrentam barreiras nos campos do emprego, habitação, educação
e participação na vida pública. No relatório é recomendada a abertura de canais
legais de imigração, bem como a oferta de educação a todas as crianças, independentemente
do seu estatuto de residência, e o direito ao voto de todos os imigrantes em situação
legal.