Cidade do Vaticano, 16 jun (RV) - O Presidente do Pontifício Conselho "da Justiça
e da Paz", Cardeal Renato Martino, manifestou seu apoio às pressões internacionais,
pelo fechamento do campo de Guantánamo, em Cuba, numa declaração publicada nesta sexta-feira
pela imprensa italiana.
"É necessário apoiar as pressões internacionais sobre
os Estados Unidos, para encontrar uma solução" relativa a Guantánamo, porque "quando
os direitos humanos não são respeitados, é necessário fazer algo" _ declarou ontem
o Cardeal.
O recente suicídio de três prisioneiros em Guantánamo relançou as
pressões internacionais sobre Washington, para o fechamento da prisão instalada na
base norte-americana em Cuba, onde 460 pessoas ainda estão detidas sem julgamento.
Entrevistado
pelos jornalistas por ocasião de uma reunião no Vaticano, o Cardeal Martino anunciou
que a Santa Sé prepara um documento sobre "os direitos humanos nas prisões do mundo
inteiro". Ele qualificou os campos de detenção, onde são detidos os candidatos à imigração,
de "campos de concentração" onde os direitos do homem "frequentemente são violados".
Em
março deste ano, após uma visita a Cuba, o purpurado havia denunciado as condições
da prisão norte-americana de Guantánamo, afirmando claramente que, ali, "a dignidade
do homem não é respeitada", e frisando que "todos têm direito a um julgamento justo".
Naquela
ocasião, ele afirmou: "Se houver pessoas privadas da liberdade, sem sequer saberem
os motivos dessa privação, onde quer que seja no mundo, nós não hesitaremos em defendê-las."
(ED)