EPISCOPADO MEXICANO CONSIDERA CONSTRUÇÃO DE MURO NA FRONTEIRA COM OS EUA COMO "MAL
MENOR"
Cidade do México, 13 jun (RV) - Ao ser informado da aprovação, por parte do
Senado dos Estados Unidos, do projeto de lei sobre a migração, que permitiria a legalização
de nove milhões de clandestinos, o Secretário-geral da Conferência Episcopal Mexicana
(CEM), Dom Carlos Aguiar Retes, Bispo de Texcoco, afirmou que a construção do muro,
na fronteira com os EUA, deve ser considerada como um "mal menor".
Para o prelado
"a construção do muro é uma estratégia da política interna dos Estados Unidos".
Dom
Carlos Aguiar Retes considera o projeto de lei sobre a migração como "um passo importante,
que poderá aumentar a possibilidade de um acordo total". Ele acrescentou que a reforma
"beneficia milhões de pessoas que vivem ilegalmente nos Estados Unidos, e outras que
poderão emigrar de maneira legal, com todos seus direitos protegidos".
Apesar
disso, o projeto não contempla um acordo migratório que considere o livre trânsito
na região. Ainda que o México seja um dos participantes do Tratado de Livre Comércio
da América do Norte (TLCAN), junto com os Estados Unidos e Canadá, a relação existente
entre México e EUA é diferente daquela entre EUA e Canadá. Dom Aguiar Retes assinalou
que é necessário chegar a um nível de integração como o da União Européia.
O
Senado norte-americano aprovou, há alguns dias, um projeto de lei de reforma da lei
de migração, que possibilita a legalização de 9 dos 12 milhões de clandestinos no
país, se estes comprovarem ter trabalhado durante um período mínimo de quatro anos.
Também
foi aprovada a concessão de 200 mil vistos temporários. O projeto deve ser unificado
com a iniciativa aprovada em fins de 2005, pela Câmara dos Deputados e enviado ao
Executivo, para sua promulgação. (JK)