2006-06-07 16:43:47

"FAMÍLIA E PROCRIAÇÃO HUMANA" É TÍTULO DO NOVO DOCUMENTO DO PONTIFÍCIO CONSELHO PARA A FAMÍLIA


Cidade do Vaticano, 06 jun (RV) - O Pontifício Conselho para a Família apresentou hoje, o documento "Família e procriação humana", no qual afirma que só a família, "elo de conjunção entre as gerações, pode salvaguardar a tradição de uma comunidade".

"Nunca como hoje, a instituição natural do matrimônio e da família foi vítima de ataques tão violentos. De correntes radicais surgiram novos modelos de família": é uma das passagens do documento no qual o Pontifício Conselho para a Família, presidido pelo Cardeal Alfonso López Trujillo, denuncia que, em alguns casos, a lei é chamada "a legalizar formas de união que desestabilizam o matrimônio e a família".

Em outros casos _ diz ainda o documento _ é a moral que é mobilizada para procurar justificar práticas biomédicas que separam, na união conjugal, o fim unitivo do fim procriativo, e a sexualidade, do amor.

O documento começa reiterando um princípio fundamental: só a família, fundada no matrimônio, é o lugar adequado para a procriação, para uma "procriação responsável". A Igreja é chamada, portanto, "a propor o pensamento cristão sobre a procriação responsável e familiar a todos os homens".

No atual clima cultural _ diz ainda o texto _ são duas as ameaças mais graves: "o homem é concebido apenas como um indivíduo; as manipulações da ciência e da técnica são "os preâmbulos para se chegar a um homem feito pelo homem".

"Se o homem se arroga o poder de fabricar o homem _ adverte o Pontifício Conselho para a Família _ se desencadeia uma tendência inexorável à autodestruição. As tendências individualistas e o aborto, onde se afigura claro, o eclipse de toda referência a Deus, são outras ameaças a conter. Os erros do homem e da mulher em relação à vida _ precisa o organismo vaticano _ são, antes de tudo, erros que atingem a sua relação com Deus."

Por isso, o pensamento cristão sobre o homem deve voar com "as asas da razão e da revelação", para a compreensão cada vez mais profunda do seu mistério. A via indicada é a da nova evangelização que passa através do homem e da família. E nesse caminho, a família, "primeira célula litúrgica", tem um papel fundamental, ou seja, o de reforçar a ligação entre as gerações" e salvaguardar a tradição de uma comunidade".

Eis o que disse a propósito do documento, o Presidente do Pontifício Conselho para a Família, Cardeal Alfonso López Trujillo...

"A intenção do documento é lembrar uma riqueza vastíssima de tipo doutrinal, com todos os horizontes que se abrem pastoralmente, e vê-lo em conjunto, porque a família fundada no matrimônio tem duas tarefas: é sede e lugar de um amor total, recíproco, com uma doação plena e esta totalidade é absolutamente central. Central porque é uma doação exclusiva, fiel, é uma doação estável no tempo, até a morte... É uma doação aberta à vida. Portanto, é o tema da procriação, uma procriação integral. A família é o lugar de uma procriação integral, não é somente o lugar da concepção, embora seja esta algo de maravilhoso; não é somente o lugar do nascimento, embora seja um sinal esplêndido. Mas é o conjunto da educação, a educação cristã, a educação humana. O homem não é produto, não é efeito da técnica, da ciência, de uma mediação que substitui a responsabilidade, a grandeza do ato humano do amor; na chamada fecundação in vitro (fivetomóloga) e heteróloga não existe aquele amor, aquela união, não há aquele dado de ser uma só carne. Mas é uma substituição por mediação com todos os passos conhecidos, e bastante difíceis, e eu diria que, às vezes, fazem a mulher sofrer tanto. Então, não se tem o amor humano, o encontro do corpo e do espírito numa só carne. O documento estuda, em primeiro lugar, certos aspectos bastante conhecidos da família, como a família é o lugar verdadeiro do amor e daquela doação, como repetiu o Papa na sua encíclica "Deus caritas est". O Papa nos lembrou na mensagem ao nosso Pontifício Conselho, por ocasião do seu 25º aniversário, que estamos atravessando, em diversos continentes, um inverno demográfico, especialmente na Europa. Inverno demográfico: não há mais vida, tem-se medo da vida! Portanto, como os esposos podem não ter medo da vida, mas ter plena confiança no Deus providente, no Deus do amor, no Deus que enriquece o lar familiar com uma nova vida."

"O inverno demográfico _ acrescentou o Cardeal Trujillo _ poderia tornar-se também o inverno da democracia, pois enfraquece o apoio que a família oferece a uma normal dialética democrática."

O Pontifício Conselho para a Família denuncia que a redução dos nascimentos é enfrentada apenas em chave utilitarista: basta dizer que a salvaguarda das aposentadorias, das pensões no Ocidente é considerada muito mais importante do que a criação de novas oportunidades de trabalho. Atrás dos problemas dos índices de fecundidade muito baixos no Ocidente, está _ como denuncia o Pontifício Conselho _ uma catástrofe moral e cultural. Procurou-se e se procura usar a chamada explosão demográfica de modo unilateral e instrumental, exclusivamente para fazer com que os governos dos países desenvolvidos coloquem o controle da população entre as primeiras emergências, tanto internas como externas, por vezes sem nenhuma atenção para com a dignidade das pessoas. (PL)








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