AUDIÊNCIA GERAL: PRIMADO DE PEDRO É FUNDAMENTO DA UNIDADE DA IGREJA E DO DIÁLOGO ECUMÊNICO
Cidade do Vaticano, 07 jun (RV) - "Rezemos, a fim de que o primado de Pedro,
confiado a pobres pessoas humanas, possa ser sempre exercido nesse sentido originário
querido pelo Senhor" e seja reconhecido em seu verdadeiro significado "pelos irmãos
que ainda não se encontram em plena comunhão conosco".
Foi o auspício de Bento
XVI, ao término da Audiência Geral de hoje, na Praça São Pedro, dedicada, mais uma
vez, à figura do primeiro dentre os apóstolos.
Exercitar o primado papal, na
verdade de sua essência, para confirmar os irmãos na fé e suscitar acolhimento e respeito
entre os membros das outras confissões cristãs. O auspício de Bento XVI foi o de se
atualizar a bimilenar supremacia exercida pelos Papas dentro das comunidades dos fiéis.
Uma
supremacia querida pelo próprio Jesus testemunhada no Evangelho e, todavia, pouco
considerada pelos cristãos contemporâneos em sua real importância.
"Tu és Pedro"
_ a fundação da sucessão apostólica, explicou Bento XVI, começa com uma mudança de
nome. Jesus, ao escolher Simão, o pescador, como primeiro dentre os discípulos, decide
chamá-lo "Kefa", traduzido por Pedro. E o fará somente com ele, e aquele nome _ Pedro
_ "adquirirá tamanha importância, "a ponto de suplantar o nome originário".
"O
dado adquire relevo particular _ observou o Pontífice _ se se considera que, no Antigo
Testamento, a troca do nome indica, de modo geral, a incumbência de uma missão."
Durante
toda a vida de Jesus, como relatam os Evangelhos, são numerosos os episódios que confirmam
tal predileção. O Santo Padre recordou alguns desses episódios _ da Transfiguração
ao Lava-pés na última Ceia. E Pedro tem consciência dessa sua posição particular.
"É
ele quem resolve o embaraço de certas situações, intervindo em nome de todos. Foi
assim quando Jesus, sentido pela incompreensão da multidão após o discurso sobre o
"pão da vida", pergunta: "Também vós quereis ir embora?". A resposta de Pedro é incisiva:
"Senhor, aonde iremos? Somente Tu tens palavras de vida eterna." É igualmente firme
a profissão de fé que, ainda em nome dos Doze, ele faz nas proximidades de Cesaréia
de Felipe. Diante de Jesus que pergunta: "Quem dizeis vós que eu sou?", Pedro responde:
"Tu é o Cristo, o Filho do Deus vivo"."
Também depois da ressurreição, prosseguiu
Bento XVI, a "posição de primazia" ocupada por Pedro não muda. É o primeiros dos apóstolos
a quem Jesus aparece, é o primeiro no sepulcro vazio. E é ele quem, no Concílio de
Jerusalém, 49 anos após a morte de Cristo, se encontrará desempenhando "uma função
diretiva" em relação à assembléia.
Função que, ao longo dos séculos, concluiu
Bento XVI, não mudou e que levou o próprio Pontífice a refletir sobre a grandeza do
ministério ao qual foi chamado e para o qual convidou os fiéis a ajudá-lo espiritualmente.
"Pedro,
em todos os tempos, deve ser o custódio da comunhão com Cristo (...) e é sua responsabilidade
garantir, desse modo, a comunhão com Cristo, com a caridade de Cristo. E também guiar
para a realização dessa caridade na vida de cada dia. Rezemos a fim de que o primado
de Pedro confiado a pobres pessoas humanas possa ser sempre exercitado nesse sentido
originário, querido pelo Senhor, e possa assim ser também cada vez mais em seu verdadeiro
significado reconhecido pelos irmãos que ainda não se encontram em plena comunhão
conosco."
Ao termino de sua catequese, Bento XVI saudou, em várias línguas,
os diversos grupos de fiéis e peregrinos presentes na Praça São Pedro. Eis o que disse
aos fiéis e peregrinos de língua portuguesa: "Amados peregrinos de língua portuguesa,
uma cordial saudação de boas-vindas para todos, nomeadamente para o grupo referido
de Portugal! Viestes a Roma para revigorar a vossa fé cristã e os vínculos de amor
e obediência à Igreja, que Jesus quis fundar sobre Pedro. Que as vossas vidas, fortes
na fé, sempre possam irradiar o amor de Deus, e as suas bênçãos desçam abundantes
sobre vós e vossas famílias!"
Depois da
Audiência geral, o Santo Padre se dirigiu à antecâmara da Sala Paulo VI, onde recebeu
o título de Cidadão Honorário de Altötting, a cidadezinha da região da Baviera, na
Alemanha, onde se encontra um famoso Santuário mariano. (RL-MT)