2006-06-06 17:56:31

HONG KONG: MILHARES DE PESSOAS RECORDAM ANIVERSÁRIO DO MASSACRE DE TIEN-NAM-MEN


Hong Kong, 05 jun (RV) - Milhares de pessoas reuniram-se ontem à noite, no centro de Hong Kong, para recordar o 17° aniversário do massacre na Praça Tien-nam-men (a Praça da Paz Celestial, de Pequim) ocorrido em 4 de junho de 1989. Mais de 40 mil pessoas _ com velas acesas _ participaram do ato, segundo informa a agência missionária de notícias AsiaNews.

O Cardeal-bispo de Hong Kong, Joseph Zen Ze-kiun, declarou, durante uma vigília de oração realizada antes da manifestação, que "muitos dizem que o massacre ocorreu há muitos anos e que deve ser esquecido. Mas é justo cancelá-lo, como se jamais tivesse acontecido?" _ questionou.

O Presidente da Aliança dos Partidos Democráticos, Szeto Wah, disse à multidão reunida no "Victory Park" que "Hong Kong é o único lugar, em território chinês, onde as velas brilham a cada ano, para recordar os estudantes trucidados pelos carros armados".

Wang Dan, dissidente exilado, enviou uma mensagem gravada, na qual sublinha que o desejo das pessoas é muito simples: "Querem apenas viver com liberdade e dignidade."

Também alguns líderes de Taiwan se pronunciaram sobre o assunto, afirmando que "cedo ou tarde, Pequim deverá enfrentar a questão Tien-nam-men".

Numa declaração feita um dia antes da manifestação, o Presidente do Partido Nacionalista, Ma Ying-jeou _ considerado como próximo Presidente de Taiwan _ declarou que "mesmo que haja divergências com Pequim, eles devem entender que os nossos valores mais importantes como a liberdade, democracia e saúde não estão em discussão".

No dia 4 de junho de 1989, as tropas do exército nacional chinês, apoiadas por carros armados, entraram na Praça Tien-nam-men, onde se realizava _ há mais de um mês _ uma pacífica manifestação estudantil em prol da liberdade e da democracia, e contra a corrupção, e massacraram os manifestantes.

O balanço oficial dos mortos nunca foi divulgado pelo governo chinês, mas organizações internacionais independentes afirmam que na praça e nas ruas adjacentes, foram mortas milhares de pessoas. (JK)







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