HONG KONG: MILHARES DE PESSOAS RECORDAM ANIVERSÁRIO DO MASSACRE DE TIEN-NAM-MEN
Hong Kong, 05 jun (RV) - Milhares de pessoas reuniram-se ontem à noite, no
centro de Hong Kong, para recordar o 17° aniversário do massacre na Praça Tien-nam-men
(a Praça da Paz Celestial, de Pequim) ocorrido em 4 de junho de 1989. Mais de 40 mil
pessoas _ com velas acesas _ participaram do ato, segundo informa a agência missionária
de notícias AsiaNews.
O Cardeal-bispo de Hong Kong, Joseph Zen Ze-kiun, declarou,
durante uma vigília de oração realizada antes da manifestação, que "muitos dizem que
o massacre ocorreu há muitos anos e que deve ser esquecido. Mas é justo cancelá-lo,
como se jamais tivesse acontecido?" _ questionou.
O Presidente da Aliança dos
Partidos Democráticos, Szeto Wah, disse à multidão reunida no "Victory Park" que "Hong
Kong é o único lugar, em território chinês, onde as velas brilham a cada ano, para
recordar os estudantes trucidados pelos carros armados".
Wang Dan, dissidente
exilado, enviou uma mensagem gravada, na qual sublinha que o desejo das pessoas é
muito simples: "Querem apenas viver com liberdade e dignidade."
Também alguns
líderes de Taiwan se pronunciaram sobre o assunto, afirmando que "cedo ou tarde, Pequim
deverá enfrentar a questão Tien-nam-men".
Numa declaração feita um dia antes
da manifestação, o Presidente do Partido Nacionalista, Ma Ying-jeou _ considerado
como próximo Presidente de Taiwan _ declarou que "mesmo que haja divergências com
Pequim, eles devem entender que os nossos valores mais importantes como a liberdade,
democracia e saúde não estão em discussão".
No dia 4 de junho de 1989, as tropas
do exército nacional chinês, apoiadas por carros armados, entraram na Praça Tien-nam-men,
onde se realizava _ há mais de um mês _ uma pacífica manifestação estudantil em prol
da liberdade e da democracia, e contra a corrupção, e massacraram os manifestantes.
O
balanço oficial dos mortos nunca foi divulgado pelo governo chinês, mas organizações
internacionais independentes afirmam que na praça e nas ruas adjacentes, foram mortas
milhares de pessoas. (JK)