"A fonte da nossa alegria é a certeza de ser amados por Deus": Bento XVI ao Convénio
diocesano de Roma sobre "A alegria da fé e a educação das novas gerações"
Os jovens encontram-se mergulhados numa cultura secularizada na qual “duas linhas
de fundo” (agnosticismo e relativismo) “apontam em direcção contrária ao anúncio cristão”:
recordou Bento XVI intervindo nesta segunda ao fim da tarde, na basílica de São João
de Latrão, na abertura do Encontro da diocese de Roma, este ano dedicado ao tema “A
alegria da fé e o anúncio às novas gerações”. “O agnosticismo – observou o Papa –
provém do facto de reduzir a inteligência humana a uma simples razão calculadora e
funcional que tende a sufocar o sentido religioso inscrito no mais fundo da nossa
natureza”. Por outro lado, existe um “processo de relativização e de desenraizamento
(que) corrói os elos mais sagrados e os afectos mais dignos do homem. Observando
que este Encontro diocesano se situa na sequência dos dos três anos anteriores, dedicados
ao tema da família, Bento XVI reconheceu a necessidade de “consolidar com a verdade
do Evangelho esta realidade humana fundamental, hoje em dia infelizmente tão insidiada
e ameaçada”, “ajudando-a realizar a sua missão insubstituível, na Igreja e na sociedade”. Aliás,
sublinhou o Papa , especialmente os adolescentes e jovens precisam de se libertar
(citamos) “do difuso preconceito que o cristianismo impede de saborear plenamente
aquela felicidade que o homem e a mulher encontram no seu amor recíproco. Pelo contrário,
a fé a ética cristã não pretendem sufocar mas sim tornar são, forte e realmente livre
o amor. É este precisamente o sentido dos Dez Mandamentos, que não são uma série de
“nãos”, mas um grande “sim” ao amor e à vida.” “O amor humano tem necessidade de
ser purificado, de maturar e também de ir para além de si mesmo, para poder tornar-se
plenamente humano, para ser princípio de uma alegria, autêntica e duradoura, para
responder portanto àquela aspiração de eternidade que traz dentro de si e a qual não
pode renunciar sem atraiçoar a si mesmo. É este o motivo substancial para o qual o
amor entre o homem e a mulher,só no matrimónio” se realiza plenamente. Muito aplaudido,
Bento XVI observou que muitas vezes os progressos da Ciência, tão rápidos, são muitas
vezes apresentados como contrapostos às afirmações da fé, provocando confusão e tornando
difícil o acolhimento da verdade cristã. O Papa incita ao diálogo entre fé e razão
e a educar os jovens a uma “pastoral da inteligência e da pessoa que toma a sério
as questões por eles propotas”. “O diálogo entre fé razão, se for conduzido com sinceridade
e rigor, oferece a possibilidade de advertir, de modo mais eficaz e convincente, a
“razoabilidade” da fé em Deus – não num Deus qualquer, mas no Deus que se revelou
em Jesus Cristo - e também de mostrar que em Cristo Jesus se encontra o cumprimento
de todas as verdadeiras aspirações humanas”.