Praga, 03 jun (RV) - Os signatários da "Carta 77", o movimento nascido na então
Tchecoslováquia, para defender os direitos humanos, divulgaram uma carta aberta de
apoio à luta dos dissidentes vietnamitas em favor da liberdade e da democracia no
Vietnã. A carta foi assinada por mais de 50 personalidades, entre as quais o ex-presidente
tcheco, Vaclav Havel, o Bispo Vaclav Maly e o Rabino Karol Sidon.
Os dissidentes
pedem uma mudança não-violenta no Vietnã e denunciam a gestão totalitária do poder
por parte do governo comunista. Secundo os dissidentes, no país não existe pluralismo
e competitividade, e o governo desrespeita os direitos humanos.
Em abril passado,
118 dissidentes subscreveram uma declaração, pedindo ao governo vietnamita, maior
liberdade, além de apertura política. A carta contou com mais de 1.200 adesões.
Já
a declaração dos signatários da "Carta 77" demonstra apreço pela "corajosa atitude
dos dissidentes", reconhecendo o risco de perseguições que eles correm. Eles acrescentam
que quando a "Carta 77" nasceu, a Tchecoslováquia passava por uma situação semelhante.
Segundo
muitos analistas, o treinamento de policiais vietnamitas para controlar a sociedade,
associações e religiões foi feita justamente por comunistas da ex-Tchecoslováquia.
A
"Carta 77" nasceu em 1976, por iniciativa de um grupo de pessoas de diversas crenças
e profissões, unidas pelo desejo de promover o respeito dos direitos humanos no então
Estado comunista da Tchecoslováquia.
A primeira declaração do grupo foi divulgada
em 1º de janeiro de 1977, caí o nome que seus membros escolheram _ "Carta 77".
Em
1990, a "Carta 77" havia sido subscrita por 1.800 pessoas. A associação encerrou suas
atividades formalmente em novembro de 1989, depois da queda do regime comunista na
Tchecoslováquia. (JK)