APÓS DOIS ANOS DE PRISÃO, CRISTÃO SÃO RECONHECIDOS INOCENTES NA ÍNDIA
Nova Délhi, 03 jun (RV) - Após dois anos na prisão, por falsa acusação, 16
cristãos foram considerados inocentes por um tribunal em Madhya Pradesh, na Índia.
A Corte de Alirajpur, no distrito de Jhabalpur, emitiu o veredicto no último dia 31
de maio.
Os detentos eram acusados de homicídio e tentativa de homicídio em
brigas, no período de 11 a 17 de janeiro de 2004, entre cristãos e membros do grupo
extremista hindu "Rashtrya Swayam Sevak Sangh". Os juízes inocentaram os 16 jovens
por falta de provas. Além disso, a Corte declarou que as testemunhas apresentadas
pela acusação foram criadas e manipuladas.
A polícia prendeu o grupo de cristãos
depois da morte de um ativista do grupo extremista hindu e do ferimento de outros
10. Os 16 cristãos foram detidos somente com base em suspeitas e seja a Alta Corte,
seja a Corte Suprema negaram a eles a liberdade sob fiança.
Satisfeito com
o veredicto, o porta-voz da Conferência Episcopal de Madhya Pradesh, Pe. Anand Muttangal,
que desempenhou um papel importante, trabalhando para mostrar a inocência dos cristãos,
disse que a decisão do Tribunal reabilita, mais uma vez, a Igreja. Na próxima audiência,
espera-se que seja concedida a liberdade aos acusados.
Tão logo recebeu a notícia,
o porta-voz da Conferência Episcopal Indiana, Pe. Babu Joseph, declarou que esse incidente
ajudará a reforçar a confiança das pessoas no sistema judiciário do país. "Dois anos
na prisão sem culpa _ acrescentou Pe. Babu Joseph _ suscita uma séria preocupação
em todos aqueles que crêem nos valores como a liberdade, a justiça e a honestidade."
Contudo, a perseguição contra os cristãos continua naquela região. Nos últimos
meses, o distrito de Jhabalpur tornou-se palco de atividades anticristãs perpetradas
com a cumplicidade da população local.
A Conferência Episcopal de Madhya Pradesh
denuncia que esta campanha de intimidação compreende conversões forçadas ao Hinduísmo
e ataques a lugares de culto por parte dos grupos fundamentalistas, com o objetivo
de criar a mesma atmosfera de intolerância que se respira em Gujarat. (JP)