Bruxelas, 31 mai (RV) - O Dalai Lama, líder político e espiritual tibetano
exilado, defendeu hoje diante do Parlamento Europeu, em Bruxelas, a necessidade de
"harmonia" entre as diferentes religiões, pedindo que os crentes e não-crentes defendam
os "valores humanos".
Diante da Comissão de Assuntos Exteriores do Parlamento
Europeu, Tenzin Gyatso, 14ª reencarnação de Buda, citou a União Européia como "modelo
de integração, para prevenir as rupturas causadas pela globalização".
A seguir,
numa coletiva de imprensa, ele defendeu "a promoção dos valores humanos, a compaixão
e o afeto, que estão na base de nossa vida e de nossa felicidade".
Ele indicou
os atentados de 11 de setembro de 2001, em Nova York, como exemplo do "desastre" que
pode causar a "tecnologia" quando não usa o "coração". Nesse sentido, destacou que,
"apesar dos avanços tecnológicos do século XXI, muitas pessoas continuam buscando
o religioso nas suas vidas". O líder budista acrescentou que a defesa dos "valores
humanos" diz respeito não somente aos crentes, mas a todos.
O Dalai Lama encontra-se
em visita oficial a Bruxelas, onde participou ontem, de um encontro organizado pela
Comissão Européia, com líderes de diferentes confissões religiosas.
Amanhã,
ele entregará o prêmio "Luz da Verdade" ao Arcebispo emérito anglicano de Cidade do
Cabo, África do Sul, Dr. Desmond Tutu, Prêmio Nobel da Paz, por seu trabalho em favor
dos oprimidos na África do Sul. Na ocasião, a organização premiará também a "Fundação
Hergé", francesa, por preservar a memória de George Remi, criador do célebre personagem
Tintín (JK)