Bento XVI pede aos polacos que testemunhem a herança de fé, esperança e amor recebida
do Papa Wojtyla , e partilhem com os outros povos da Europa e do mundo o tesouro da
fé em memória do compatriota que, como Sucessor de Pedro, o realizou com extraordinária
força e eficácia.
Bento XVI que esta noite conclui a sua viagem apostólica á Polónia conquistou o coração
de Cracóvia e por sua vez deixou-se conquistar. Uma multidão imensa de mais de um
milhão de pessoas, participou na Missa em Blonie – o parque onde João Paulo II celebrou
todas as Missa das suas viagens a Cracóvia, o lugar que melhor recorda o laço profundo
entre Karol Wojtyla e os polacos, o amor de Cracóvia por ele, as raízes de fé e de
vida do Papa eslavo .Num dia cinzento e chuvoso, no palco enfeitado com flores vermelhas,
brancas e amarelas, aos pés do qual se encontravam as autoridades civis com o Presidente
da Republica, o Papa, ladeado pelos cardeais com os paramentos litúrgicos, foi acolhido
pela saudação do arcebispo de Cracóvia o cardeal D. . Stanislau Dziwisz: “tem direito
aos nossos corações - disse o secretário de João Paulo II- a nossa casa é a tua casa,
a nossa igreja a tua igreja.” “Cracóvia, a cidade de Karol Wojtyla e de João Paulo
II é também a minha Cracóvia- explicou Bento XVI na homilia interrompida uma dezena
de vezes pelos aplausos, e referiu que foi á Polónia por uma necessidade do coração.
“Vim à Polónia e a Cracóvia por uma necessidade do coração, como peregrino na esteira
do meu Predecessor. Queria respirar o ar da sua Pátria, Queria ver a terra em que
nasceu e onde cresceu para assumir depois o incansável serviço a Cristo e à Igreja
universal. Desejava antes de mais encontrar as pessoas concretas, os seus concidadãos,
sentir a vossa fé - da qual ele recebeu a linfa vital , e assegurar-me que nela permaneceis
firmes. Aqui quero também pedir a Deus que conserve em vós a herança de fé, esperança
e caridade que João Paulo II deixou ao mundo, e em especial a vós”. Trata-se de
uma herança, que implica uma especial responsabilidade: a de testemunhar ao mundo
inteiro a mesma fé viva do Servo de Deus Karol Wojtyla – recordou-o Bento XVI, dirigindo-se
aos fiéis polacos:
“Juntamente com a eleição de Karol Wojtyla para a sede
de Pedro, ao serviço de toda a Igreja, a vossa terra tornou-se lugar de especial testemunho
da fé em Jesus Cristo. Vós próprios fostes chamados a dar esse testemunho perante
o mundo inteiro. Esta vocação permanece sempre actual, porventura por maioria de razão
a partir da serena morte do Servo de Deus. Nunca falte ao mundo o vosso testemunho!”
Bento
XVI recordou aos polacos a exortação que em 1979, aquando da sua primeira viagem à
pátria, como pontífice, João Paulo II lhes dirigiu: “Tendes que ser fortes… tendes
que ser fortes com aquela força que brota da fé… que traz consigo a verdadeira alegria
de viver… mas também da esperança… e da caridade, consciente, madura, responsável,
que nos ajuda a estabelecer o grande diálogo com o homem e com o mundo… diálogo de
salvação”.
“Reforçados pela fé em Deus, empenhai-vos com ardor em consolidar
o seu Reino sobre a terra: Reino do bem, da justiça, da solidariedade, da misericórdia.
Testemunhai corajosamente o Evangelho perante o mundo de hoje, levando esperança aos
pobres e sofredores, aos abandonados e desesperados, aos que têm sede de liberdade,
verdade e paz. Fazendo bem ao próximo e mostrando-vos solícitos pelo bem comum, dai
testemunho de que Deus é amor”.
A terminar, Bento XVI exortou os fiéis
polacos a partilharem com os outros povos da Europa e do mundo o tesouro da fé, “em
memória do compatriota que, como Sucessor de Pedro, o realizou com extraordinária
força e eficácia”. “Recordai-vos também de mim nas vossas orações e sacrifícios, como
fazíeis com o meu grande Predecessor, para que possa realizar a missão que Cristo
me confiou” – concluiu. No final da celebração e antes do canto do Regina
Coeli Bento XVI dirigiu-se de maneira particular aos jovens pedindo-lhes que não sacrifiquem
á droga a sua vida e liberdade e que não se deixem subjugar pelas ilusões deste mundo