A cólera pode ter alastrado a Cabinda. A confirmarem-se os rumores, o enclave do norte
de Angola será a 13ª província afectada pela epidemia declarada a 19 de Fevereiro,
seis dias depois de ter sido registado o primeiro caso.
O alerta sobre os "rumores"
da cólera em Cabinda consta do relatório diário sobre a epidemia divulgado pela Organização
Mundial de Saúde (OMS). Segundo a organização da ONU, foi confirmada a presença do
surto na província de Luanda Norte, com 59 mortos em 159 casos detectados
A
OMS diz estar a trabalhar com o governo angolano para "providenciar apoio à coordenação
de água e saneamento". Uma ajuda que vem de encontro às exigências do presidente de
Angola. "Profundamente preocupado com a persistência e alastramento da epidemia",
José Eduardo dos Santos ordenou a "elaboração imediata" de um plano de luta contra
a cólera, em coordenação com as Forças Armadas Angolanas.
O plano de
luta deve ser executado no período de seis a doze meses, abrangendo "medidas concretas"
para acelerar o realojamento das famílias que se encontram em áreas críticas e melhorar
o sistema de distribuição de água potável. Os 27 anos de guerra civil, que findaram
em 2002, devastaram os sistemas de água e saneamento de Angola, criando as condições
ideais para esta doença intestinal aguda, que se propaga na água e comida em más condições.
O
presidente angolano pretende, ainda, que o plano de luta adopte medidas para concluir
a construção dos mercados projectados. José Eduardo dos Santos equaciona a transferência
do Mercado Roque Santeiro, em Luanda, um dos maiores do continente africano a céu
aberto. Maurício Camuto da Rádio Ecclesia com uma breve crónica.