CARDEAL MARTINO FALA A EMPRESÁRIOS CRISTÃOS REUNIDOS EM CONGRESSO
Lisboa, 26 mai (RV) - "Os valores morais, tais como a responsabilidade, a solidariedade,
a justiça e o respeito dos direitos humanos não são inimigos da atividade econômica,
mas sim seus amigos mais fiéis, ainda que muito exigentes": foi o que declarou ontem,
em Lisboa, o Presidente do Pontifício Conselho "da Justiça e da Paz", Cardeal Renato
Martino, perante os participantes do XXII Congresso Mundial dos Empresários Cristãos,
que se realiza este ano, com o lema "Potencializar as empresas a serviço da humanidade
no mundo moderno".
Dirigindo-se aos congressistas, o Cardeal Martino destacou
que a solução do problema do desenvolvimento não consiste no protecionismo e no fechamento,
mas sim em permitir o acesso dos países mais pobres ao mercado mundial.
Ele
definiu como um erro a concepção de ajuda econômica às empresas de tais países, somente
sob a forma de empréstimos ou transferência de tecnologias obsoletas e não como forma
participação nos riscos e exportação de know-how empresarial ao sul do mundo.
Em
seu pronunciamento, o Cardeal Martino expressou ainda, sua convicção de que já tenha
chegado ao fim, o "longo período de incompreensões e equívocos entre a Igreja e o
mundo empresarial".
Ele fez considerações positivas sobre o mercado e o lucro,
taxando, entretanto a "idolatria do mercado e do lucro" como anti-religiosa, desumana
e socialmente insustentável.
O purpurado concluiu, recordando que "os custos
econômicos são sempre custos também humanos, e os custos humanos, por sua vez, têm
sempre conseqüências econômicas. Mais a economia é virtuosa e mais o contexto se torna
humano. Mais o contexto promove a pessoas e mais a economia encontra "ventos para
as próprias velas".
Nesse sentido, "investir em ética é um dos melhores meios
de afirmar a racionalidade econômica e empresarial" _ ressaltou o Cardeal Martino.
(JK)