A Santa Sé esclareceu que é falsa a “restauração” de uma Ordem do Templo da qual fariam
parte novos Templários. A notícia tinha sido posta a circular, na Alemanha, com base
numa suposta carta do Cardeal Angelo Sodano, secretário de Estado do Vaticano, que
é falsa.
A nova ordem de cavaleiros, que em alemão se denomina “Templerorden”
tem gerado uma onda de interrogações e já levou muitas pessoas a consulta a Santa
Sé. Esta semana, o “Osservatore Romano” afirma, de forma definitiva, que qualquer
documento que fale em aprovação pontifícia da ordem é “falso”.
“Como é sabido,
a antiga Ordem do Templo (Templários) foi suprimida pelo Papa Clemente V (1305-1314)
e nunca foi restaurada por nenhum outro sucessor seu”, explica o jornal.
No
que se refere às ordens de cavalaria, a Santa Sé, além das próprias ordens equestres,
reconhece e tutela apenas Soberana Ordem Militar de Malta – a Soberana Ordem Militar
Hospitalar de São João de Jerusalém, de Rodas e de Malta – e a Ordem Equestre do Santo
Sepulcro de Jerusalém.
Portugal
Em Portugal, as ordens militares
foram uma realidade religiosa particularmente importante nos séculos XII e XIII, enquanto
durou a Reconquista. São elas as ordens do Templo, do Hospital (chamada de Malta a
partir do sec. XVI, por se ter fixado naquela ilha do Mediterrâneo), de Santiago e
de Avis.
Constituídas inicialmente por confrarias de cavaleiros, vieram a adoptar
uma regra monástica. Foram poderosos apoios dos reis conquistadores que as presentearam,
pelo seu esforço guerreiro, com extensos territórios, onde erigiram mosteiros-fortalezas,
com funções de defesa.
A perseguição e a extinção da Ordem dos Templários pelo
papado no início do século XIV, levou D. Dinis a criar uma portuguesa – a Ordem de
Cristo – que se tornou herdeira dos seus bens e adquiriu uma enorme importância, dada
a estreita ligação à coroa.
Estas ordens seguiam em geral a regra de Cister,
adaptada porém ao seu perfil guerreiro. Com o fim da Reconquista, os seus objectivos
são remodelados, adquirindo novas valências.