Tráfico de seres humanos e imigração ilegal em discussão num seminário luso-brasileiro
O I Seminário Luso-Brasileiro sobre tráfico de pessoas e imigração ilegal arrancou
hoje em Cascais, sob a alçada dos ministérios da Administração Interna de Portugal,
através do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), e da Justiça do Brasil.
O principal objectivo é prevenir e reprimir acções de organizações criminosas que
se dedicam ao tráfico de seres humanos, numa altura em que o maior fluxo migratório
para Portugal vem actualmente do Brasil. O seminário surge na sequência de um acordo
assinado em 2003 entre os dois países sobre a prevenção e repressão do tráfico ilícito
de imigrantes e numa altura em que "a principal pressão ao nível dos fluxos migratórios
que se dirigem para Portugal neste momento é proveniente do Brasil.
O director-geral
do SEF explicou que a imigração oriunda da Europa de Leste "diminuiu substancialmente",
assistindo-se actualmente ao processo de reagrupamento familiar, que permite aos familiares
de trabalhadores imigrantes em Portugal em situação legal vir para o país com toda
a documentação. Foi adiantado que já "não há surtos migratórios dos Países Africanos
de Língua Portuguesa (PALOP) para Portugal".
A imigração ilegal entre
Portugal e Brasil é preocupante, porque "não são apenas os brasileiros que vêm para
Portugal", mas também os cidadãos da América do Sul.
Além da imigração
ilegal que se verifica do Brasil para Portugal, outro assunto preocupante é, o tráfico
de mulheres brasileiras para trabalhar na prostituição em Portugal.
No
seminário vão estar em debate questões ligadas à prevenção e à protecção da vítima,
às investigações feitas no Brasil e às formas de repressão no combate às redes.
Além
dos ministros da Administração Interna de Portugal, e da Justiça do Brasil, o seminário
contará com a presença de polícias, académicos, diplomatas, magistrados e dirigentes
de organizações não governamentais e de associações de imigrantes.
Os
directores de imigração da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) e o Comissário
Geral da Polícia Nacional Espanhola também vão estar presentes.