O desenvolvimento é um dever, não apenas uma aspiração: Bento XVI ao novo Embaixador
de Cabo Verde.
Dirigindo-se ao Embaixador de Cabo Verde junto da Santa Sé, que lhe entregou nesta
quinta-feira as suas Cartas Credenciais, Betno XVI a centenária presença da Igreja
neste país, “fazendo da fé cristã uma componente essencial da cultura e do património
espiritual da população” cabo-verdiana. É por isso “importante que as relações entre
Igreja e Estado se desenvolvam harmoniosamente no respeito da autonomia das duas partes…
na busca do bem comum”. Pela sua parte, assegurou Bento XVI, “a Igreja católica deseja
contribuir para o desenvolvimento integral dos povos”, bem conhecendo “a dramática
questão da justiça” que a pobreza de tantos homens e mulheres a todos coloca”. “O
subdesenvolvimento não é uma fatalidade – considera o Papa. Deve ser enfrentado com
determinação e perseverança. O desenvolvimento não é só uma aspiração, é um direito”.
“É necessário que uma autêntica solidariedade favoreça relações mais equitativas entre
as nações, assim como o seu desenvolvimento humano e espiritual”. É também entre os
povos, e não só no interior de cada sociedade – advertiu Bento XVI – que se deve exercer
a solidariedade”. Finalmente, uma referência à actual “expansão do fenómeno migratório,
com as graves questões que daí derivam”. Para o Papa, “é dever dos países que acolhem
pessoas imigradas praticar um acolhimento fraterno e legislar a favor da sua inserção
digna na sociedade, respeitando ao mesmo tempo a sua legítima identidade.” Mas não
basta: é também necessário tomar em consideração os factores que provocam a imigração:
desequilíbrios socioeconómicos; uma mundialização sem regras; situações de violência
ou de violação dos direitos da pessoa. “A solidariedade internacional deveria permitir
a cada um viver com dignidade no seu próprio país, desenvolvendo os dons recebidos
do Criador”.