Cairo, 17 mai (RV) - 150 representantes orientais católicos vindos do Egito,
Iraque, Palestina, Líbano e Síria e reunidos em Paris, desde a última segunda-feira,
para comemorar os 150 anos da "Obra do Oriente", organismo que ajuda as Igrejas Orientais
ligadas ao Vaticano e que conta com a ajuda de 10 mil doadores.
"Os cristãos
têm agora, mais do que nunca, o seu lugar no Oriente Médio. Eles são a ponte entre
Oriente Médio e Europa": com essas palavras, o Presidente da França, Jacques Chirac,
recebeu os seis patriarcas no Palácio do Governo. A visita foi uma ocasião para alertar
sobre os problemas dessas comunidades atingidas pela violência, como o são, em especial,
o Iraque e o Egito.
Após a queda do Império Otomano, a proporção de cristãos
no Oriente diminuiu significativamente, com exceção do Líbano. De acordo com a "Obra
do Oriente", existem, atualmente, 60 mil cristãos no Irã, 600 mil no Iraque, 50 mil
na Turquia, além de mais de sete milhões no Egito. No Líbano, os cristãos representam
40% da população, na Síria 10%, na Palestina e Israel 2%.
Acerca da diminuição
do número de católicos no Oriente Médio, pronunciou-se o Secretário da Santa Sé para
as Relações com os Estados, Dom Giovanni Lajolo.
Segundo ele, tal diminuição
se deve à limitação da liberdade religiosa, deixando cada vez mais difícil a situação
dos católicos, que são tratados como "cidadãos de série B".
Dom Lajolo afirmou
que é necessária uma mobilização de toda a Igreja, seja com iniciativas diplomáticas
e econômicas em favor dos cristãos, seja apoiando o reforço da sociedade e do Direito
Civil, a elevação cultural _ em especial a formação nas ciências humanas e históricas
_ bem como a melhora das condições da mulher.
O Arcebispo lembrou ainda, que
os meios de comunicação da Igreja Católica poderão contribuir para formação de cristãos
nesse campo, difundindo o conhecimento da fé cristã também entre muçulmanos, através
de programas de rádio, televisão e Internet. (ED)