2006-05-15 13:44:14

Diálogo inter-religioso mas sem renunciar à própria identidade e em perspectiva de reciprocidade: Bento XVI aos participantes na Plenária do Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes


O diálogo inter-religioso e o acolhimento mas sem renunciar a propor a sua própria identidade cristã, e sempre na perspectiva da reciprocidade, entendida como mútuo respeito entre cristãos e muçulmanos, estes os princípios recordados por Bento XVI, recebendo nesta segunda-feira os participantes na Assembleia Plenária do Conselho Pontifício da Pastoral dos Migrantes e Itinerantes, reunidos desde esta manhã sobre o tema “Migração e itinerância de e para os países de maioria islâmica.
“A Igreja Católica – afirmou o Papa – adverte com crescente consciência que o diálogo inter-religioso faz parte do seu empenho ao serviço da humanidade no mundo contemporâneo. Esta convicção tornou-se, como se diz, ‘o pão de cada dia’, especialmente para quem actua em contacto com os migrantes, os refugiados e as diferentes categorias de itinerantes”.
Segundo Bento XVI, “estamos vivendo tempos em que os cristãos estão chamados a cultivar um estilo de diálogo aberto sobre o problema religioso, sem renunciarem a apresentar aos interlocutores a própria identidade”.
Todavia, “cada vez mais se adverte a importância da reciprocidade no diálogo, reciprocidade que a Instrução ‘Erga migrantes caritas Christi’ justamente define como um princípio de grande importância. Trata-se de uma “relação assente no respeito recíproco”, e antes ainda, de “uma atitude do coração e do espírito”. Para o Papa, “a importância e delicadeza deste empenho são bem testemunhados pelos esforços que se vão fazendo em tantas comunidades para estabelecer com os imigrados relações de mútuo conhecimento e estima, mais do que nunca úteis para superar preconceitos e atitudes mentais de exclusão”.
“Na sua acção de acolhimento e de diálogo com os migrantes e itinerantes – recordou Bento XVI – a comunidade cristã tem como constante ponto de referência Cristo que deixou aos seus discípulos, como regra de vida, o mandamento novo do amor. O amor cristão é por sua natureza preventivo. É por isso que cada um dos crentes está chamado a abrir os braços e o coração a cada pessoa, de qualquer país que provenha, deixando às autoridades responsáveis pela vida pública o estabelecer, a esse respeito, as leis consideradas oportunas para uma sã convivência. Mas precisamente o princípio da reciprocidade recorda que “é de esperar, naturalmente, que também os cristãos que emigram para países de maioria islâmica possam contar com acolhimento e o respeito da sua identidade religiosa”.
Finalmente, Bento XVI encorajou os participantes da Assembleia Plenária do Conselho para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes a desenvolverem os seus trabalhos, tendo em conta que o tema desta vez abordado “é uma fronteira significativa da nova evangelização no actual mundo globalizado”.








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