2006-05-15 20:04:53

CHINA ORDENA MAIS UM BISPO SEM A AUTORIZAÇÃO DA SANTA SÉ


Pequim, 15 mai (RV) - Dom Zhan Silu, de 45 anos de idade, é o novo Bispo da Associação Católica Patriótica _ a Igreja Católica oficialmente reconhecida pelo governo de Pequim. Ele foi ordenado ontem, domingo, mais uma vez _ como nas ordenações de 30 de abril e 3 de maio _ em claro desafio à Igreja de Roma. Ele foi destinado à diocese de Mindong, na província de Fujian.

"Na verdade, Dom Zhan fora consagrado bispo em 2000, mas atuava como bispo auxiliar. Ontem, para marcar sua tomada de posse oficial da diocese, ele celebrou a santa missa pela primeira vez, como bispo. No ano passado, com a morte do bispo titular daquela diocese, ele o substituiu automaticamente": foram as informações de Liu Bainian, vice-presidente e porta-voz da Associação Católica Patriótica.

"A celebração eucarística de hoje assinala apenas a conclusão das obras feitas na igreja e dirigidas por Dom Zhan e, por isso, nada tem a que ver com o Vaticano, não sendo necessária, portanto, a aprovação da Igreja em Roma" _ acrescentou Liu Bainian.

Dominique Yung, secretário pessoal do Bispo de Hong Kong, Cardeal Joseph Zen Ze-kiun, informou que, apesar de sua ordenação episcopal remontar a 2000, Dom Zhan Silu jamais teve sua consagração a bispo aprovada pela Santa Sé.

A atribuição do governo pastoral da diocese a Dom Zhan Silu, por parte da Associação Católica Patriótica, implica uma nova ação de rebeldia do governo chinês em relação à Igreja Católica, lançando por terra os esforços de reaproximação que vinham sendo realizados nos últimos meses.

A China e o Vaticano romperam seus laços diplomáticos em 1951, depois que a Igreja em Roma excomungou três bispos nomeados unilateralmente por Pequim. Para obter essa "reconciliação" _ que o Papa Bento XVI evidenciou como um dos objetivos de seu pontificado _ a China exige que o Vaticano rompa relações diplomáticas com Taiwan, que Pequim considera apenas como uma "província rebelde". Além disso, pretende que a Santa Sé renuncie à nomeação dos bispos chineses, porque considera essa prerrogativa como uma "ingerência em seus assuntos internos".

Ninguém sabe ao certo o número de católicos na China. Sabe-se apenas que estão divididos entre os seguidores da Associação Católica Patriótica (oficial) e a Igreja Católica (clandestina), e que se têm aproximados reciprocamente, nos últimos tempos, segundo os analistas. (AF)







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