SÓ O MATRIMÔNIO ENTRE HOMEM E MULHER CONSISTE NUM BEM AUTÊNTICO PARA A HUMANIDADE
Cidade do Vaticano, 1 mai (RV) - Somente o matrimônio entre um homem e uma
mulher, "exclusivo e definitivo", corresponde ao modo de amar de Deus e se configura
"como um autêntico bem para a humanidade".
Foi o que disse Bento XVI, recebendo
em audiência, esta manhã, os participantes do Simpósio promovido, nestes dias, em
Roma, pelo "Pontifício Instituto João Paulo II para Estudos sobre o Matrimônio e a
Família", fundado 25 anos atrás, pelo próprio Papa Wojtyla.
Bento XVI ressaltou
que é urgente, hoje, "evitar a confusão com outros tipos de uniões baseadas num amor
frágil".
Dentro de dois dias, se recordará o 25º aniversário do atentado contra
João Paulo II, na Praça São Pedro: era o dia 13 de maio de 1981, festa de Nossa Senhora
de Fátima. Naquele dia, o Papa Wojtyla tinha dois importantes anúncios a fazer durante
a Audiência Geral: a criação do Pontifício Conselho para a Família e do "Pontifício
Instituto João Paulo II para Estudos sobre o Matrimônio e a Família". O atentado o
impediu de fazê-lo.
Depois de ter recordado com emoção, o episódio do atentado,
Bento XVI dirigiu-se aos participantes do Simpósio, evidenciando os dois principais
elementos que caracterizam os ensinamentos de João Paulo II sobre a família, a partir
da "profética e sempre atual encíclica" de Paulo VI, a "Humanae vitae".
"O
primeiro elemento _ disse _ é que o matrimônio e a família são radicados no núcleo
mais íntimo da verdade sobre o homem e sobre seu destino. A Sagrada Escritura revela
que a vocação ao amor faz parte daquela autêntica imagem de Deus que o Criador quis
imprimir em Sua criatura, chamando-a a tornar-se semelhante a Ele justamente na medida
em que é aberta ao amor."
"A diferença sexual que conota o corpo do homem e
da mulher não é, portanto, um simples dado biológico, mas reveste um significado bem
mais profundo: expressa aquela forma do amor com o qual o homem e a mulher, tornando-se
uma só carne, podem realizar uma autêntica comunhão de pessoa aberta à transmissão
da vida e cooperam desse modo com Deus para a geração de novos seres humanos."
O
segundo elemento que caracteriza a novidade do ensino de João Paulo II sobre o amor
humano _ acrescentou o Papa _ é "seu modo original de ler o plano de Deus, justamente
na confluência da revelação com a experiência humana". "De fato, com Cristo plenitude
da revelação do amor do Pai, se manifesta também a verdade plena da vocação ao amor
do homem, que pode reencontrar-se completamente somente no dom sincero de si."
"Deus
serviu-se do caminho do amor para revelar o mistério de Sua vida trinitária. A estreita
relação que existe entre a imagem de Deus e o amor humano nos permite entender que
a imagem do Deus monoteísta corresponde ao matrimônio monogâmico. O matrimônio baseado
num amor exclusivo e definitivo se torna o ícone da relação de Deus com seu povo e
vice-versa: o modo de amar de Deus se torna a medida do amor humano."
Portanto,
o amor humano é "um caminho privilegiado que Deus escolheu para revelar-se ao homem,
e é nesse amor que o chama a uma comunhão na vida trinitária". Trata-se de uma impostação
_ afirmou Bento XVI _ que "nos permite também superar uma concepção privada do amor,
hoje tanto difundida".
"O autêntico amor se transforma numa luz, que guia toda
a vida rumo à sua plenitude, gerando uma sociedade habitável para o homem. A comunhão
de vida e de amor que é o matrimônio, configura-se, desse modo, como um autêntico
bem para a sociedade."
"Hoje é particularmente urgente, evitar a confusão com
outros tipos de uniões baseadas num amor frágil. Somente a rocha do amor total e irrevogável
entre homem e mulher é capaz de fundar a construção de uma sociedade que se torne
uma casa para todos os homens" _ concluiu Bento XVI. (RL)