ORGANIZAÇÕES RELIGIOSAS CRITICAM PROJETO DE LEI SOBRE IMIGRAÇÃO NA FRANÇA
Paris, 03 mai (RV) - Organizações religiosas criticaram as medidas anunciadas
no projeto de lei sobre a imigração na França. O argumento é que elas discriminam
os pobres e são "anticristãs", como publicou o jornal brasileiro "Folha on-line".
O
Parlamento francês discute atualmente, um projeto de lei que torna mais difícil para
os estrangeiros, trabalhar no país. As propostas foram elaboradas pelo Ministro do
Interior da França, Nicolas Sarkozy, o qual afirma que suas medidas são justas e visam
tranqüilizar a sociedade francesa quanto a preocupações relativas ao fluxo de imigrantes
para o país.
Entre as novas propostas figuram: os estrangeiros serão obrigados
a aprender a língua francesa e a ter conhecimentos sobre a cultura do país; preferência
a trabalhadores altamente qualificados, em detrimento de mão-de-obra sem especialização;
restrição de vistos de residência e fim da concessão automática de vistos de residência
para famílias de imigrantes que vivem na França há mais de 10 anos.
Stephane
Julian, sacerdote católico que trabalha com imigrantes na França, afirmou que "seres
humanos são mais do que apenas aquilo que podem produzir para a economia e a sociedade".
"Um projeto de lei que torne mais difícil o que já é difícil, é inaceitável" _ acrescentou.
No
último fim de semana, cerca de cinco mil pessoas foram às ruas para protestar contra
o projeto de lei e exigir que o governo faça concessões. A oposição argumenta que,
ao apresentar a lei, Sarkozy está tentando atrair eleitores de extrema direita. O
Ministro contesta tais afirmações, alegando que o projeto de lei melhorará as relações
raciais na França. (ED)