O primeiro-ministro da França, Dominique de Villepin, deu ontem sinais de que o seu
governo poderia tornar mais flexível um projecto de lei de imigração criticado por
líderes religiosos, partidos da oposição e grupos de imigrantes.
As Igrejas Católica, Protestante e Ortodoxa, em comunicado conjunto divulgado na semana
passada, advertiram para o perigo de o projecto dar preferência aos mais privilegiados
e de tornar a vida dos imigrantes pobres ainda mais difícil. "Há páginas da Bíblia
que não podemos simplesmente arrancar", observou o Bispo de La Rochelle, D. Georges
Pontier, referindo-se ao mandamento de Jesus Cristo para acolher os estrangeiros. Villepin
defende a lei como uma forma de conseguir controlar os fluxos imigratórios e fraudes
como a dos casamentos falsos. O primeiro –ministro francês disse ter esclarecido
o Cardeal Jean-Pierre Ricard e o pastor Jean-Arnold de Clermont, líderes da Igreja
Católica e da Igreja Protestante na França, após reunir-se com os dois representantes
cristãos no passado sábado. Segundo o Cardeal Ricard, é preciso que o prazo de
15 horas para recorrer a uma recusa de asilo seja “prolongado”. Já o presidente da
Federação protestante defende que “não é preciso apenas escolher os homens e as mulheres
que vêem cobrir as nossas insuficiências, mas é preciso que as necessidades do país
sejam compreendidas”. .