2006-05-02 16:13:50

OS JOVENS PRECISAM DE "SOLIDARIEDADE DE CULTURA E DE VALORES


Cidade do Vaticano, 29 abr (RV) - Os jovens de hoje, pouco sensíveis à religião, não precisam tanto de "solidariedade econômica" quanto de "solidariedade de cultura e de valores".

As conferências dos especialistas da XII Plenária da Pontifícia Academia das Ciências Sociais _ que se prolonga até a próxima segunda-feira _ delinearam até agora, um quadro não fácil da juventude mundial, "fotografada _ como diz o tema da plenária _ "numa época de turbulência".

Há um sério "inverno democrático" em curso na Europa. Um continente que está se preparando para um futuro "sem irmãos, irmãs, tios ou primos". A descrição do Prof. Gerard-François Dupont, Reitor da Sorbonne, de Paris, é mais do que realista, é quase provocatória.

Diante da plenária da Pontifícia Academia das Ciências Sociais, o docente francês apresentou os gráficos sobre a evolução demográfica da juventude no mundo inteiro. Desses gráficos, emerge um dado de imediata compreensão: a terra está-se empobrecendo de jovens.

Se na década sucessiva à II Guerra Mundial a taxa de natalidade era de 37,5%, 50 anos depois essa taxa se reduziu sensivelmente a 21%. Uma tendência codificada pelo Reitor da Sorbonne com uma definição que impressiona: "rejeição do futuro".

Os números do Prof. Dupont marcaram os dois dias da plenária, que hoje prosseguiu com outros pronunciamentos.

Em sua mensagem aos participantes, Bento XVI havia estigmatizado a carência da dimensão "criativa" de muitas famílias de hoje, especialmente das sociedades ocidentais, que, enfraquecidas pela falta de valores elevados, escolhem não se casar ou não procriar.

Embora tendo filhos, "o dom supremo do matrimônio" _ disse o Presidente do Pontifício Conselho para a Família, Cardeal Alfonso López Trujillo em seu pronunciamento _ "em muitas partes do mundo, a criança é vista como um peso ou até mesmo como uma ameaça".

O Cardeal Trujillo aponta outro indicador que contribui também para o declínio demográfico: a chamada "síndrome da adolescência infinita" de muitos adultos, que preferem viver uma existência livre de vínculos permanentes e de restrições em campo afetivo e sexual.

Isso preocupa notavelmente, observou o purpurado colombiano, porque significa "que os jovens não estão aptos para o amor sacrifical", necessário "para o projeto estável do matrimônio". (RL)







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