BISPOS BOLIVIANOS PEDEM AO PRESIDENTE EVO MORALES QUE NÃO CEDA À DEMAGOGIA
La Paz, 1º mai (RV) - Os bispos bolivianos começaram, no sábado passado, sua
assembléia anual, com um forte chamado ao novo governo de Evo Morales, a evitar reavivar
"as mesmas maneiras de atuar que, no passado, causaram morte e dor".
No texto
_ que analisa a situação atual do país _ apresentado pelo Cardeal Julio Terrazas Sandoval,
na abertura da 82ª Assembléia da Conferência Episcopal da Bolívia, os bispos criticam
o governo pelo "imediatismo, o uso da força, as pressões, a falta de respeito pelos
direitos dos outros, e por jogar com as possibilidades reais do país".
A análise
assinala também que "as contradições entre os próprios responsáveis pelo governo"
aumentam "a incerteza e a desorientação".
"È perigoso pensar que a Bolívia
nova vá nascer, ignorando os princípios básicos do respeito às leis e convenções.
É partindo da mudança e da renovação interior de cada um, que poderemos reverter essa
situação de inércia, desesperança, escravidão e morte" _ afirmou o Cardeal, em referência
à (controvertida) política do governo de rever os contratos com as empresas internacionais.
O Cardeal Terrazas Sandoval referiu-se também à convocação de uma Assembléia Constituinte,
que será eleita no dia 2 de julho, a pedido de Evo Morales, para redigir a nova Constituição
boliviana.
O Cardeal exortou os bolivianos a participarem em massa desse ato,
mas lembrou que o mesmo não é uma força mágica, que acabará com os problemas que o
país enfrenta, como a pobreza, Não é um produto de uso barato e rápido.
O Cardeal
Terrazas Sandoval proferiu a primeira mensagem crítica dos bispos ao governo, quando
Morales se encontrava em Havana, para a assinatura de um acordo comercial com seus
colegas da Venezuela, Hugo Chávez, e de Cuba, Fidel Castro. (PL)