Bento XVI manifestou a sua preocupação com a diminuição da taxa de natalidade em
vários países, assinalando que esta quebra é o resultado de “causas múltiplas e complexas”.
Numa
mensagem enviada à XII sessão plenária da Academia Pontifícia para as Ciências Sociais
(APCS), o Papa precisa que existem, actualmente, “duas tendências significativas:
por um lado, o aumento da esperança média de vida; por outro, uma diminuição da taxa
de natalidade”.
O tema do plenário da APCS, que decorre de 28 de Abril a 2
de Maio, é "Juventude que desaparece? Solidariedade com as crianças e jovens numa
época turbulenta".
Para Bento XVI, as razões últimas da quebra de natalidade
“são morais e espirituais, ligadas a uma preocupantes falta de fé, de esperança e
de amor”. “Talvez a falta de amor criativo e aberto à esperança seja a razão pela
qual muitos casais escolhem não se casar, pela qual, assim, muitos matrimónios falham
e a taxa de natalidade diminui de modo significativo”.
As crianças e os jovens
não devem ser “meramente tolerados” na sociedade, mas “amados e cuidados”, lembra
o Papa. Nesta “época de turbulência”, Bento XVI lamenta que os menores não recebam
uma orientação moral “adequada”, por parte dos adultos, com prejuízo para “o seu desenvolvimento
intelectual e espiritual”.
“Muitas crianças de hoje crescem numa sociedade
que esquece Deus e a dignidade inata da pessoa humana criada à imagem de Deus. Num
mundo caracterizado por processos de globalização cada vez mais rápidos, elas são
muitas vezes expostas unicamente a visões materialistas do universo, da vida e da
realização humana”, lamentou.
Bento XVI pede aos educadores que sejam capazes
de formar as crianças e os jovens num “projecto de vida destinado à verdadeira felicidade,
capaz de distinguir entre verdade e falsidade, bem e mal, justiça e injustiça, mundo
real e mundo da «realidade virtual»”.