Líderes religioso sublinham necessidade de diálogo
Líderes religiosos de todo o mundo sublinharam, em Washington, a necessidade de diálogo
entre os crentes, frisando que “só a paz é santa”.
Os Estados Unidos da América
acolheram, a 26 e 27 de Abril, o encontro mundial das religiões promovido pela Comunidade
católica de Santo Egídio e subordinado ao tema “Religiões e Culturas: a coragem do
diálogo”.A iniciativa procura perpetuar o espírito da Jornada Mundial de Oração pela
Paz de Assis, convocada por João Paulo II, em 1986.
O apelo conclusivo deste
20º encontro assinala que todos os presentes, representando várias confissões religiosas
e várias nacionalidades, se consideram “peregrinos em busca da paz”.
“As religiões
não desejam a violência, a guerra ou o terrorismo. Não acreditem em quem diz o contrário”,
alertam. Para estes representantes religiosos, os que fazem usos da violência “desacreditam
a sua própria causa”.
Aos que “semeiam o terror e fazem à guerra em nome de
Deus” é dito “basta!”, lembrando que com a violência “todos perdem”.
“O diálogo
é uma arte, não é a escolha dos que têm medo ou dos que cedem ao mal sem se bater”,
referem os participantes.
O encontro incluiu 12 painéis sobre temas como diálogo
inter-religioso, a liberdade de religião, o terrorismo ou o papel dos Livros Sagrados
na construção de um novo humanismo. Estiveram presentes o Grão-Rabino de Israel, Yona
Metzger; o reitor da universidade egípcia de Al-Azhar, Ahmed Al-Tayyib; vários Cardeais
e Patriarcas católicos; o presidente do Conselho Metodista Mundial, Sunday Mbang;
o presidente da Conferência das Igrejas Europeias, Jean-Arnold de Clermont, e personalidades
de outros 30 países de todo o mundo, com destaque para o Médio Oriente, o Paquistão
e o Mediterrâneo.
Andrea Riccardi, fundador da Comunidade de Santo Egídio,
sublinhou o simbolismo deste encontro decorrer nos EUA, após os atentados do 11 de
Setembro, como forma de mostrar que “o espírito de Assis é um vento que sopra e derruba
as barreiras”.